domingo, janeiro 31, 2010
terça-feira, setembro 01, 2009
Descobri ,
A culpa não é sua, nem minha.
Temos capacidades de amar aos outros
E a nós mesmos diferentes.
Eu me entrego,
Com verdade, paixão
Sou leal. Inteira
Minha palavra é uma só.
Não mudo de idéia no meio do caminho
Quando escolho o que eu quero
É pensado, decidido.
E é muito difícil ver esse caminho desmoronar,
Despedaçar, sem nenhuma tentativa real de recuperação
A nossa casa a tão duras penas conquistada, o lar do nosso amor
Mudar de mãos.
Perder minhas flores,
Nossas orquídeas há tanto tempo colecionadas,
Não ouvir mais os latidos dos meus cachorros,
Nem os micos...
Pra vc é fácil, arrumou logo outro cachorro, outras panelas e outra mulher, para formar o seu lar e tudo bem.
Danem-se todos aqueles sonhos, planos, projetos de vida, viagens, conquistas
Felicidade.
Carinho, Fé
Troca-se de roupa, de cheiro, de buceta, e fica tudo em paz.
Tudo voltou ao normal.
Feliz novamente.
Não há choro, nem saudades, nem tristeza,
Muito menos, lágrimas de amor.
Outra boca para chupar seu pau, para vc ensinar do seu jeito e ponto final.
Daqui a pouco vc a ensina mais coisas, ela gosta e vc volta a ser verdadeiro com vc mesmo.
Essa é a sua realidade, tantas vezes repetida.
Deve ser essa a diferença entre homens e mulheres
Uns pensam com a cabeça e umas com o coração.
A culpa não é sua, nem minha.
Temos capacidades de amar aos outros
E a nós mesmos diferentes.
Eu me entrego,
Com verdade, paixão
Sou leal. Inteira
Minha palavra é uma só.
Não mudo de idéia no meio do caminho
Quando escolho o que eu quero
É pensado, decidido.
E é muito difícil ver esse caminho desmoronar,
Despedaçar, sem nenhuma tentativa real de recuperação
A nossa casa a tão duras penas conquistada, o lar do nosso amor
Mudar de mãos.
Perder minhas flores,
Nossas orquídeas há tanto tempo colecionadas,
Não ouvir mais os latidos dos meus cachorros,
Nem os micos...
Pra vc é fácil, arrumou logo outro cachorro, outras panelas e outra mulher, para formar o seu lar e tudo bem.
Danem-se todos aqueles sonhos, planos, projetos de vida, viagens, conquistas
Felicidade.
Carinho, Fé
Troca-se de roupa, de cheiro, de buceta, e fica tudo em paz.
Tudo voltou ao normal.
Feliz novamente.
Não há choro, nem saudades, nem tristeza,
Muito menos, lágrimas de amor.
Outra boca para chupar seu pau, para vc ensinar do seu jeito e ponto final.
Daqui a pouco vc a ensina mais coisas, ela gosta e vc volta a ser verdadeiro com vc mesmo.
Essa é a sua realidade, tantas vezes repetida.
Deve ser essa a diferença entre homens e mulheres
Uns pensam com a cabeça e umas com o coração.
Minha vida
Aos 17 anos me entreguei a alguém que não me merecia, enfrentei Deus e o mundo no meu erro. Consegui o que merecia, ser infeliz, por quase 30 anos.
Aos 47, encontrei alguém de quem nada esperava, nem sexo.
Mas aí, descobri e aprendi tudo.
A vida como é para ser vivida.
Recuperei, me conheci, e agora perco tudo novamente.
Voltei a ser nada.
Nada aproveitável.
Já que sei o que uma vida completa,
Como vou remontar meu quebra-cabeças?
Como vou ser eu de novo?
Cadê o brilho do meu olhar?
Minha vontade, minha alegria,
O meu entusiasmo, cadê?
Está com quem me ensinou , o meu professor,
A minha alma gêmea.
Que sei que tb precisa de mim
Que me quer, me deseja tanto quanto eu.
Mas ele tem medo de mim e dele,
Da força desse amor,
Da nossa intensidade.
Somos complexos, completos
Únicos e indivisíveis
Feras feridas,
Sem dor
Dois loucos
Enjaulados,
Um vivendo uma mentira medíocre e
O outro embaixo do cobertor,
Esperando a vida voltar um dia ou
Ir-se paraa sempre.
Aos 17 anos me entreguei a alguém que não me merecia, enfrentei Deus e o mundo no meu erro. Consegui o que merecia, ser infeliz, por quase 30 anos.
Aos 47, encontrei alguém de quem nada esperava, nem sexo.
Mas aí, descobri e aprendi tudo.
A vida como é para ser vivida.
Recuperei, me conheci, e agora perco tudo novamente.
Voltei a ser nada.
Nada aproveitável.
Já que sei o que uma vida completa,
Como vou remontar meu quebra-cabeças?
Como vou ser eu de novo?
Cadê o brilho do meu olhar?
Minha vontade, minha alegria,
O meu entusiasmo, cadê?
Está com quem me ensinou , o meu professor,
A minha alma gêmea.
Que sei que tb precisa de mim
Que me quer, me deseja tanto quanto eu.
Mas ele tem medo de mim e dele,
Da força desse amor,
Da nossa intensidade.
Somos complexos, completos
Únicos e indivisíveis
Feras feridas,
Sem dor
Dois loucos
Enjaulados,
Um vivendo uma mentira medíocre e
O outro embaixo do cobertor,
Esperando a vida voltar um dia ou
Ir-se paraa sempre.
sexta-feira, agosto 07, 2009
Conversa
Cheiros, pressões
Compressões, contrações, imersões,
Invasões consentidas e desejadas,
Entrando e saindo
Penetrando em buracos,
Apertados, alargados, rasgados,
Lambidos, preenchidos,
Prazer,gritos, gemidos,
Apertos, abraços, línguas trocadas,
Mordidas,
Sem palavras
Sintonia absoluta
Ou muitas palavras,
Imaginação a dois
Cumplicidade completa
Vida e morte,
Vai e volta
Até ao fim do mundo ou
A origem de tudo
Almas unidas,
Corações acelerados
Líquidos trocados
Tudo lambuzado, melado,
Molhado junto
Presos, leves e livres
Cheios, repletos, transbordantes
De felicidade
As almas conversara nessa linguagem
Única, própria, intraduzível
Exclusiva dessas duas pessoas
Se elas se perdem,
Essa linguagem morre
E essas almas
Ficam incomunicáveis
Surdos e mudos
Para o verdadeiro amor
Alice, 30/07/2009
Cheiros, pressões
Compressões, contrações, imersões,
Invasões consentidas e desejadas,
Entrando e saindo
Penetrando em buracos,
Apertados, alargados, rasgados,
Lambidos, preenchidos,
Prazer,gritos, gemidos,
Apertos, abraços, línguas trocadas,
Mordidas,
Sem palavras
Sintonia absoluta
Ou muitas palavras,
Imaginação a dois
Cumplicidade completa
Vida e morte,
Vai e volta
Até ao fim do mundo ou
A origem de tudo
Almas unidas,
Corações acelerados
Líquidos trocados
Tudo lambuzado, melado,
Molhado junto
Presos, leves e livres
Cheios, repletos, transbordantes
De felicidade
As almas conversara nessa linguagem
Única, própria, intraduzível
Exclusiva dessas duas pessoas
Se elas se perdem,
Essa linguagem morre
E essas almas
Ficam incomunicáveis
Surdos e mudos
Para o verdadeiro amor
Alice, 30/07/2009
segunda-feira, julho 06, 2009
Botão de apagar amor
Como se desliga um amor de verdade?
Existe algum botão?
Em algum lugar deve existir
Que desenlace nossas pernas,
Afaste nossos corpos
Que desligue a sintonia,
Que tire esse perfume do nosso olfato,
Essa pele macia das nossas mãos
Esse peso dele sobre o meu corpo
Alguma coisa que faça a gente esquecer de todos nossos planos,
Nossos amores, nossas verdades,
Que flanarão pelo espaço vazio,
Será?
Onde irão parar todas as nossas vontades,
Nossos sonhos incompletos,
As risadas das nossas brincadeiras?
E as descobertas, a mão na mão,
As línguas enroscadas
Os abraços fortes e silenciosos em que dizíamos tudo?
As noites de tempestade, as explorações de sentimentos,
A plenitude de corpo e alma,
A parceria, todo o prazer
E algumas lágrimas também,
Porque esse amor foi enterrado vivo ainda
Se não houver botão, talvez fiquem perdidos no firmamento
Mais uma estrela brilhante
Esperando que alguém a ache e possa ser
Feliz
Como se desliga um amor de verdade?
Existe algum botão?
Em algum lugar deve existir
Que desenlace nossas pernas,
Afaste nossos corpos
Que desligue a sintonia,
Que tire esse perfume do nosso olfato,
Essa pele macia das nossas mãos
Esse peso dele sobre o meu corpo
Alguma coisa que faça a gente esquecer de todos nossos planos,
Nossos amores, nossas verdades,
Que flanarão pelo espaço vazio,
Será?
Onde irão parar todas as nossas vontades,
Nossos sonhos incompletos,
As risadas das nossas brincadeiras?
E as descobertas, a mão na mão,
As línguas enroscadas
Os abraços fortes e silenciosos em que dizíamos tudo?
As noites de tempestade, as explorações de sentimentos,
A plenitude de corpo e alma,
A parceria, todo o prazer
E algumas lágrimas também,
Porque esse amor foi enterrado vivo ainda
Se não houver botão, talvez fiquem perdidos no firmamento
Mais uma estrela brilhante
Esperando que alguém a ache e possa ser
Feliz
quinta-feira, abril 09, 2009
Entrelaçados
Somos almas, gente, pessoas
Completamente, por inteiro
De verdade, graças a Deus!
E Entrelaçados.
Acho que somos meio heróis por mantermos esses laços vivos
E como estão vivos!!
Vivíssimos!
Como as vidas são laçadas,
Amarradas?
Como aconteceu isso com a gente?
Acho, sinceramente;
Que poucas relações tiveram tanto conhecimento do outro,
Tanto respeito como nós temos.
Pensei nisso muito hoje.
Apesar das nossas brigas sempre completamente idiotas,
A gente mantém um respeito muito grande e muito profundo
Por NÓS!!
Ambos os dois,
Nós mesmos.
Erramos, fazemos coisas bocós,
Mas estamos juntos por uma única razão:
Temos sido íntegros,
Com toda a nossa bagagem, malas pesadas,
Nós nos amamosE só isso nos importa!!!.
Somos almas, gente, pessoas
Completamente, por inteiro
De verdade, graças a Deus!
E Entrelaçados.
Acho que somos meio heróis por mantermos esses laços vivos
E como estão vivos!!
Vivíssimos!
Como as vidas são laçadas,
Amarradas?
Como aconteceu isso com a gente?
Acho, sinceramente;
Que poucas relações tiveram tanto conhecimento do outro,
Tanto respeito como nós temos.
Pensei nisso muito hoje.
Apesar das nossas brigas sempre completamente idiotas,
A gente mantém um respeito muito grande e muito profundo
Por NÓS!!
Ambos os dois,
Nós mesmos.
Erramos, fazemos coisas bocós,
Mas estamos juntos por uma única razão:
Temos sido íntegros,
Com toda a nossa bagagem, malas pesadas,
Nós nos amamosE só isso nos importa!!!.
sábado, fevereiro 14, 2009
Obrigada por nosso dia!
Estava tão legal, até acreditei que estávamos companheiros novamente!
Adorei minhas roupas
Merci
Sorry, por te acompanhar tão mal vestida e mal maquiada!
Mas p/ variar, eu que te agredi, eu que provoquei.
(A buceta é minha e eu a depilo p/ mim mesma!)
Mantive a minha boca calada e por conseguinte eu que fiquei feliz, por ter a mais absoluta certeza de que não sou eu quem provoca.
Não te agredi, mesmo sendo agredida burramente!
Acho que vc deve ficar super a vontade de conversar e de me dizer que não me quer mais aqui na sua casa.
Que acabamos!
Se vc esperar de mim, essa decisão não vai vir nunca!
Pq eu te amo!
Estava tão legal, até acreditei que estávamos companheiros novamente!
Adorei minhas roupas
Merci
Sorry, por te acompanhar tão mal vestida e mal maquiada!
Mas p/ variar, eu que te agredi, eu que provoquei.
(A buceta é minha e eu a depilo p/ mim mesma!)
Mantive a minha boca calada e por conseguinte eu que fiquei feliz, por ter a mais absoluta certeza de que não sou eu quem provoca.
Não te agredi, mesmo sendo agredida burramente!
Acho que vc deve ficar super a vontade de conversar e de me dizer que não me quer mais aqui na sua casa.
Que acabamos!
Se vc esperar de mim, essa decisão não vai vir nunca!
Pq eu te amo!
quarta-feira, setembro 19, 2007
Se há uma coisa de que posso me vangloriar, é que depois dos meus 50 anos
tive os momentos mais felizes da minha vida.
As coisas boas, tornaram-se muito maiores do que as ruins.
Tive a chance de conhecer de tudo.
E de aproveitar tudo.
A melhor companhia,
A mais completa cumplicidade
O amor mais intenso,
O carinho mais profundo.
E uma família que eu amo.
Acho que isso é felicidade.
Do melhor champagne, à melhor caipirinha.
Fui a todo tipo de lugar e convivi com todo tipo de gente.
Fiz muitos amigos e
Aprendi muito.
E posso dizer que sou uma mulher muito feliz!
Quantas pessoas podem dizer isso?
Quem teve a chance de viver tudo?
Como sou sortuda.
Realmete, só tenho que agradecer, a Deus e a você.
Não trocaria a vida que eu tive nesses quase 6 anos, por nada nesse mundo,
e sou muito feliz por tê-la tido.
Obrigada!
tive os momentos mais felizes da minha vida.
As coisas boas, tornaram-se muito maiores do que as ruins.
Tive a chance de conhecer de tudo.
E de aproveitar tudo.
A melhor companhia,
A mais completa cumplicidade
O amor mais intenso,
O carinho mais profundo.
E uma família que eu amo.
Acho que isso é felicidade.
Do melhor champagne, à melhor caipirinha.
Fui a todo tipo de lugar e convivi com todo tipo de gente.
Fiz muitos amigos e
Aprendi muito.
E posso dizer que sou uma mulher muito feliz!
Quantas pessoas podem dizer isso?
Quem teve a chance de viver tudo?
Como sou sortuda.
Realmete, só tenho que agradecer, a Deus e a você.
Não trocaria a vida que eu tive nesses quase 6 anos, por nada nesse mundo,
e sou muito feliz por tê-la tido.
Obrigada!
segunda-feira, agosto 15, 2005
Que amor é esse.
Porque fui sentir isso, tão intenso nessa minha idade,
Sou, ou deveria ser uma mulher madura, mas me sinto com 15 anos,
Vivendo meu primeiro amor.
O inteiro, o único verdadeiro.
Daquele de pele, de cheiro, de olhos, borbulhos
Aquele que vive de verdade.
Nunca pensei que fosse embarcar numa canoa dessas à essa altura da minha vida,
Uma mãe de 4 filhos bem criados,
Acho eu.
Fiz o que pude, dei o melhor de mim para os quatro,
Aliás, esqueci de mim, fui só uma mãe.
Talvez nisso tenha errado.
E agora, apaixonada por alguém 13 anos mais moço,
Que está querendo, lutando, pra se esquecer de mim,
Fico aqui sofrendo, sem coragem de sair de casa,
Achando que fracassei no melhor momento da minha vida.
Quando fui mais feliz!
Eu podia ter impedido, eu podia ter nos salvado,
Nós poderíamos estar bem ainda, foi culpa minha, eu sou a mais velha,
Deveria ser a mais sabida!
E não fui.
Fui uma anta , a amargura me destruiu.
Porque fui sentir isso, tão intenso nessa minha idade,
Sou, ou deveria ser uma mulher madura, mas me sinto com 15 anos,
Vivendo meu primeiro amor.
O inteiro, o único verdadeiro.
Daquele de pele, de cheiro, de olhos, borbulhos
Aquele que vive de verdade.
Nunca pensei que fosse embarcar numa canoa dessas à essa altura da minha vida,
Uma mãe de 4 filhos bem criados,
Acho eu.
Fiz o que pude, dei o melhor de mim para os quatro,
Aliás, esqueci de mim, fui só uma mãe.
Talvez nisso tenha errado.
E agora, apaixonada por alguém 13 anos mais moço,
Que está querendo, lutando, pra se esquecer de mim,
Fico aqui sofrendo, sem coragem de sair de casa,
Achando que fracassei no melhor momento da minha vida.
Quando fui mais feliz!
Eu podia ter impedido, eu podia ter nos salvado,
Nós poderíamos estar bem ainda, foi culpa minha, eu sou a mais velha,
Deveria ser a mais sabida!
E não fui.
Fui uma anta , a amargura me destruiu.
Vc saiu
Depois que você saiu,
Depois de ainda ter te pedido o meu cigarro, com esperança que vc voltasse aqui pra eu poder te ver mais uma vezinha só,
Perdi me chão,
Parece que o buraco em que estou caindo não tem mais fundo
Sei que um dia vou voltar a tocar com meus pés no chão,
E vou subir novamente, me agarrando pelas paredes, mas eu vou.
Se pensar muito, mas muito mesmo, talvez eu consiga te culpar por alguma coisa ou achar um defeito em você.
Ia ser mais fácil, mas eu não consigo.
Nós dois criamos a nossa própria destruição por vontade própria.
Sabemos disso.
Sei que mulheres não devem acreditar em príncipes encantados montados em cavalos brancos, mas eu vivi isso.
Não foi sonho, foi real.
A única hora em que me acho do caralho é quando vejo que tive essa chance na minha vida, dada por Deus, e a vivi plenamente. Me dei por inteiro.
Foi melhor do que todas as mega-senas já acumuladas somadas juntas.
Não há dinheiro, nem nenhum poder que possa obter o que nós tivemos, quase que por acaso.
Começamos só nos olhando e rindo um para o outro.
Achei que era para o resto da minha vida,
Esse meu sonho de Cinderela tão real, mas foi só por quase 4 anos.
Que bom que tive essa sorte nessa minha vida!
Quanta gente passa a vida em branco, sem nunca ter vivido nada tão incrível como foi a nossa relação.
Felicidade, confiança, cumplicidade, companheirismo, amizade, fraternidade, carinho, paixão, o amor completo!
Acho que nem nós nos sentimos merecedores de tanto, não acreditamos que fôssemos pessoas tão legais ao ponto de viver tanta felicidade e começamos a fazer merda!
Os dois, de todos os tipos.
Instinto de auto-destruição?
Raiva do mundo?
Do resto de nossas vidas?
Não sofremos dessas coisas.
Somos lúcidos e racionais.
Depois que você saiu,
Depois de ainda ter te pedido o meu cigarro, com esperança que vc voltasse aqui pra eu poder te ver mais uma vezinha só,
Perdi me chão,
Parece que o buraco em que estou caindo não tem mais fundo
Sei que um dia vou voltar a tocar com meus pés no chão,
E vou subir novamente, me agarrando pelas paredes, mas eu vou.
Se pensar muito, mas muito mesmo, talvez eu consiga te culpar por alguma coisa ou achar um defeito em você.
Ia ser mais fácil, mas eu não consigo.
Nós dois criamos a nossa própria destruição por vontade própria.
Sabemos disso.
Sei que mulheres não devem acreditar em príncipes encantados montados em cavalos brancos, mas eu vivi isso.
Não foi sonho, foi real.
A única hora em que me acho do caralho é quando vejo que tive essa chance na minha vida, dada por Deus, e a vivi plenamente. Me dei por inteiro.
Foi melhor do que todas as mega-senas já acumuladas somadas juntas.
Não há dinheiro, nem nenhum poder que possa obter o que nós tivemos, quase que por acaso.
Começamos só nos olhando e rindo um para o outro.
Achei que era para o resto da minha vida,
Esse meu sonho de Cinderela tão real, mas foi só por quase 4 anos.
Que bom que tive essa sorte nessa minha vida!
Quanta gente passa a vida em branco, sem nunca ter vivido nada tão incrível como foi a nossa relação.
Felicidade, confiança, cumplicidade, companheirismo, amizade, fraternidade, carinho, paixão, o amor completo!
Acho que nem nós nos sentimos merecedores de tanto, não acreditamos que fôssemos pessoas tão legais ao ponto de viver tanta felicidade e começamos a fazer merda!
Os dois, de todos os tipos.
Instinto de auto-destruição?
Raiva do mundo?
Do resto de nossas vidas?
Não sofremos dessas coisas.
Somos lúcidos e racionais.
sexta-feira, junho 25, 2004
Sem fração
Amo só gente inteira
Detesto metade, fragmentos.
Gosto de franqueza,
De repostas em que eu possa acreditar,
Respeito pessoas, não projetos de gente.
Gosto de idéias, não aceito preconceitos.
Acredito em gente que pensa,
E se questiona.
Que evolui.
Creio em amizades, são a minha força.
Mas só nas francas e verdadeiras.
E isso custa tempo.
Quase uma vida.
Que bom que ainda tenho a minha.
Amo só gente inteira
Detesto metade, fragmentos.
Gosto de franqueza,
De repostas em que eu possa acreditar,
Respeito pessoas, não projetos de gente.
Gosto de idéias, não aceito preconceitos.
Acredito em gente que pensa,
E se questiona.
Que evolui.
Creio em amizades, são a minha força.
Mas só nas francas e verdadeiras.
E isso custa tempo.
Quase uma vida.
Que bom que ainda tenho a minha.
Leonel Brizola
Morreu um homem de bem,
Estou triste.
Foi-se um socialista, um parceiro do meu pai,
Um cara, dos poucos,
Que também acreditou que o bem-estar dos outros
Corresponderia ao seu.
Sei que ele não achou o melhor caminho,
Não foi um bom governante no dia a dia,
Cercou-se mal.
Mas deixou obras fundamentais para o nosso diário.
É vivido,
O seu trabalho!
Era uma peste, mas sempre desafiou,
Provocou,
Disse grandes verdades,
Implicou como ninguém,
Era franco,
Absoluto.
Assumiu posições,
Estimulou e acendeu
Todas as situações,
Contra e a favor.
Não foi ladrão.
Nunca corrompeu,
Devem haver aí as contas que vão provar.
Clamou,
Berrou,
Urrou,
Errou também.
Mas disse a verdade.
Morreu,
Iluminando idéias,
Espero, rezo,
Torço
Pra que alguém tente,
Ser parecido,
Pelo menos.
É imprescindível.
Vai fazer muita falta.
Morreu um homem de bem,
Estou triste.
Foi-se um socialista, um parceiro do meu pai,
Um cara, dos poucos,
Que também acreditou que o bem-estar dos outros
Corresponderia ao seu.
Sei que ele não achou o melhor caminho,
Não foi um bom governante no dia a dia,
Cercou-se mal.
Mas deixou obras fundamentais para o nosso diário.
É vivido,
O seu trabalho!
Era uma peste, mas sempre desafiou,
Provocou,
Disse grandes verdades,
Implicou como ninguém,
Era franco,
Absoluto.
Assumiu posições,
Estimulou e acendeu
Todas as situações,
Contra e a favor.
Não foi ladrão.
Nunca corrompeu,
Devem haver aí as contas que vão provar.
Clamou,
Berrou,
Urrou,
Errou também.
Mas disse a verdade.
Morreu,
Iluminando idéias,
Espero, rezo,
Torço
Pra que alguém tente,
Ser parecido,
Pelo menos.
É imprescindível.
Vai fazer muita falta.
LB2
Há pessoas que nos estimulam.
E há as que sempre tentam acabar com a gente.
Existe isso em família,
E também em muito em casais.
Mas o pior é que existe muito isso num país.
Existe gente que se faz de feliz,
Existe gente que tapeia,
Muita gente que engana.
Mas existe pouca gente que estimula,
Que provoca verdades.
Somos tão confortáveis tendo tudo escondido.
Como é bom um edredon de penas de ganso.
Nos mantém tão quentinhos,
Protegidos.
Guerra? Nem em sonho!
Nada passa através de nossos imensos edredons.
Nem tiro, nem morte, nem notícia da nossa ex-empregada.
Alguém se lembra dela?
Era uma negrinha, que morava no morro logo ali do lado.
Já faz tanto tempo.
Mas a vida continua.
E como nos olhamos amanhã?
Todos falamos as mesmas inverdades,
Daqui, do nosso campo
De nossa piscina,
Ai, quantas rosas lindas nasceram aqui,
Tanto adubo.
E o campo dos outros, pra onde ta indo, pra onde foi?
Os outros roseirais,
Só espinhos,
São os mesmos do nosso time que roubam
E nós só sabemos reclamar.
Se fôssemos nós, faríamos mais,
Faríamos melhor?
Quem somos nós?
Queremos o nosso ou saberemos dividir?
Taí a questão,
Tantos já passaram por isso.
Escolho o que se saiu melhor.
Há pessoas que nos estimulam.
E há as que sempre tentam acabar com a gente.
Existe isso em família,
E também em muito em casais.
Mas o pior é que existe muito isso num país.
Existe gente que se faz de feliz,
Existe gente que tapeia,
Muita gente que engana.
Mas existe pouca gente que estimula,
Que provoca verdades.
Somos tão confortáveis tendo tudo escondido.
Como é bom um edredon de penas de ganso.
Nos mantém tão quentinhos,
Protegidos.
Guerra? Nem em sonho!
Nada passa através de nossos imensos edredons.
Nem tiro, nem morte, nem notícia da nossa ex-empregada.
Alguém se lembra dela?
Era uma negrinha, que morava no morro logo ali do lado.
Já faz tanto tempo.
Mas a vida continua.
E como nos olhamos amanhã?
Todos falamos as mesmas inverdades,
Daqui, do nosso campo
De nossa piscina,
Ai, quantas rosas lindas nasceram aqui,
Tanto adubo.
E o campo dos outros, pra onde ta indo, pra onde foi?
Os outros roseirais,
Só espinhos,
São os mesmos do nosso time que roubam
E nós só sabemos reclamar.
Se fôssemos nós, faríamos mais,
Faríamos melhor?
Quem somos nós?
Queremos o nosso ou saberemos dividir?
Taí a questão,
Tantos já passaram por isso.
Escolho o que se saiu melhor.
Por que?
Por que eu amo
Tanto?
Assim?
Tomo mais conta dele do que da minha própria pele.
Minha idade cuida da dele.
Minhas rugas não existem quando estamos juntos.
Ele me ama com elas e
Eu o amo além da minha alma.
E da dele.
Sei lá, mas sinto que é coisa eterna.
Não é de hoje, nem de amanhã.
É coisa de família.
Tinha que estar aqui, agora.
Fiquei tão preocupada sempre, me sentindo tão inútil.
Hoje sei a minha utilidade,
Sou importante,
Com Partilho
Tudo
Sou cúmplice,
Pecadora,
Aprendiz.
Professora.
Mas sou só eu.
Com o meu amor.
Nossa vida é junta,
Mas tenho luz,
Sou acesa.
Iluminada,
Só tem uma coisa,
Ninguém me apaga:
Só eu, quando eu quiser.
Por que eu amo
Tanto?
Assim?
Tomo mais conta dele do que da minha própria pele.
Minha idade cuida da dele.
Minhas rugas não existem quando estamos juntos.
Ele me ama com elas e
Eu o amo além da minha alma.
E da dele.
Sei lá, mas sinto que é coisa eterna.
Não é de hoje, nem de amanhã.
É coisa de família.
Tinha que estar aqui, agora.
Fiquei tão preocupada sempre, me sentindo tão inútil.
Hoje sei a minha utilidade,
Sou importante,
Com Partilho
Tudo
Sou cúmplice,
Pecadora,
Aprendiz.
Professora.
Mas sou só eu.
Com o meu amor.
Nossa vida é junta,
Mas tenho luz,
Sou acesa.
Iluminada,
Só tem uma coisa,
Ninguém me apaga:
Só eu, quando eu quiser.
terça-feira, maio 18, 2004
Bromélia
A nossa bromélia tá morrendo,
Eu falei pra colocar terra e pedrinhas,
Mas você não quis,
O amor é feito disso.
Por isso é tão aceso.
Porque a gente discorda,
Somos casados de vontade,
De almas inteiras,
Duas, todas,
Juntas.
No dia a dia,
Somos dois,
Entrelaçados,
Respeitamos e somos respeitados,
Brigamos, reclamamos,
Xingamos,dizemos tudo.
E até fazemos de tudo.
Mas eu estou aqui
E você também.
Existe essa coisa maior,
Esse amor todo,
Tão inteiro, tão inacreditável,
Tão livre,
Com tanto vento,
Batendo,
Granizo, caindo,
Sobrevive,
É verdadeiro
A nossa bromélia tá morrendo,
Eu falei pra colocar terra e pedrinhas,
Mas você não quis,
O amor é feito disso.
Por isso é tão aceso.
Porque a gente discorda,
Somos casados de vontade,
De almas inteiras,
Duas, todas,
Juntas.
No dia a dia,
Somos dois,
Entrelaçados,
Respeitamos e somos respeitados,
Brigamos, reclamamos,
Xingamos,dizemos tudo.
E até fazemos de tudo.
Mas eu estou aqui
E você também.
Existe essa coisa maior,
Esse amor todo,
Tão inteiro, tão inacreditável,
Tão livre,
Com tanto vento,
Batendo,
Granizo, caindo,
Sobrevive,
É verdadeiro
Sintonia
Sou do meu jeito,
E o meu jeito ainda tá crescendo.
Olhando,chorando,
A cada segundo,
Mudando,
Renascendo,
Reaprendendo,
Vivendo
Não abro mão de nenhum progresso .
Quero um ouvinte ao lado,
Que perceba
Essa minha sintonia
Quero que goste,
Que acompahe esse ritmo
Muito meu,
Cada nota,
Com Passos
Passo a passo
Vibrando,
Sei que parece egoísta,
Mas não abro mão
De nenhum som.
Meus pés,
São meus,
Na minha idade,
Só quero ter,
Todos os tons
Caminhar,
Ser feliz,
Sintonizada,
Dando felicidade a quem me escuta,.
Não abro a minha mão
A tôa
Mas se abro, aperto,
Esfrego,
Tenho ritmo.
É meu,
Minha escolha
Dou pra quem quero
Sou do meu jeito,
E o meu jeito ainda tá crescendo.
Olhando,chorando,
A cada segundo,
Mudando,
Renascendo,
Reaprendendo,
Vivendo
Não abro mão de nenhum progresso .
Quero um ouvinte ao lado,
Que perceba
Essa minha sintonia
Quero que goste,
Que acompahe esse ritmo
Muito meu,
Cada nota,
Com Passos
Passo a passo
Vibrando,
Sei que parece egoísta,
Mas não abro mão
De nenhum som.
Meus pés,
São meus,
Na minha idade,
Só quero ter,
Todos os tons
Caminhar,
Ser feliz,
Sintonizada,
Dando felicidade a quem me escuta,.
Não abro a minha mão
A tôa
Mas se abro, aperto,
Esfrego,
Tenho ritmo.
É meu,
Minha escolha
Dou pra quem quero
Lá
Fico longe
E fica estranho.
Aparece uma estrada,
Desconhecida,
Quase distante
Chega a ser cerimoniosa,
É a ameaça do segredo.
Que não faz parte,
Não me pertence,
Não mais.
Hoje, só gosto de muita luz,
Com portas abertas
E a música bem alta.
Correntes de ar
Passando por mim,
Dentro de mim,
Colorindo tudo,
As verdades
Que são vermelhas e azuis.
Quero muita ventania,
Tempestades
Trovoadas,
Flashes de todos os raios,
Até maremotos,
Mas muita vida,
Viva,vivida,
Até chorada, se preciso for,
Para chegar ao mais imperfeito dos arco-íris,
O nosso.
Fico longe
E fica estranho.
Aparece uma estrada,
Desconhecida,
Quase distante
Chega a ser cerimoniosa,
É a ameaça do segredo.
Que não faz parte,
Não me pertence,
Não mais.
Hoje, só gosto de muita luz,
Com portas abertas
E a música bem alta.
Correntes de ar
Passando por mim,
Dentro de mim,
Colorindo tudo,
As verdades
Que são vermelhas e azuis.
Quero muita ventania,
Tempestades
Trovoadas,
Flashes de todos os raios,
Até maremotos,
Mas muita vida,
Viva,vivida,
Até chorada, se preciso for,
Para chegar ao mais imperfeito dos arco-íris,
O nosso.
domingo, maio 16, 2004
Pré-Conceito
Tenho idéias,
Mas como ter certeza de que elas são só minhas?
Venho de um ponto, de uma família,
Cresci com outros vários pontos, formei o meu ideal,
O meu próprio ponto de vista.
Os meus conceitos.
Acho que sou uma pessoa sem essa coisa horrível chamada
preconceito,
Mas é claro que tenho, formados, até sentidos, alguns pré-conceitos.
Provavelmente, sem eles não teria crescido e evoluído.
Sem aprendizado, sem idéias que vão se formando, sem nossas próprias opiniões não somos ninguém,
Só almas num vai e vem:
Seres amorfos,
Sem perspectiva.
Todos precisamos de opiniões, de discernimento.
De algum conceito.
Deus queira que todos aprendamos a ter pré-conceitos,
E não preconceitos.
São coisas tão diferentes:
Um tem a sensibilidade do aprendizado,
Da experiência,
O outro é só ignorância,
É dos outros aprendido,
Apreendido,
Chupado,
Não sabe coisa nenhuma.
Só exclui.
No nosso país hoje,
Precisamos muito aprender essa diferença.
Tenho idéias,
Mas como ter certeza de que elas são só minhas?
Venho de um ponto, de uma família,
Cresci com outros vários pontos, formei o meu ideal,
O meu próprio ponto de vista.
Os meus conceitos.
Acho que sou uma pessoa sem essa coisa horrível chamada
preconceito,
Mas é claro que tenho, formados, até sentidos, alguns pré-conceitos.
Provavelmente, sem eles não teria crescido e evoluído.
Sem aprendizado, sem idéias que vão se formando, sem nossas próprias opiniões não somos ninguém,
Só almas num vai e vem:
Seres amorfos,
Sem perspectiva.
Todos precisamos de opiniões, de discernimento.
De algum conceito.
Deus queira que todos aprendamos a ter pré-conceitos,
E não preconceitos.
São coisas tão diferentes:
Um tem a sensibilidade do aprendizado,
Da experiência,
O outro é só ignorância,
É dos outros aprendido,
Apreendido,
Chupado,
Não sabe coisa nenhuma.
Só exclui.
No nosso país hoje,
Precisamos muito aprender essa diferença.
Cinquentenário
Sou mulher, tenho 50 anos e minha vida é minha.
Como é bom dizer isso toda noite antes de dormir.
Estou casada, pela segunda vez, mas sei que é por minha escolha.
Minha e dele.
Também me sinto a escolhida, a cada amanhecer
Conquista conquistada.
Cada dia é uma dúvida e uma certeza.
Todos os caminhos estão abertos, cada um tem seu preço
Mas tenho bagagem suficiente para poder regatear e pagar
Examino, opto,
Cheiro,
Cada olhar, cada suspiro, cada arrepio feliz.
Tudo:
As lágrimas, as gargalhadas, são todas minhas, estão pagas,
Só as devo a mim, e aproveito,
Tenho troco,
Rio muito
Divido com o meu amor,
Meu maior parceiro e meu maior cúmplice,
Só o reconheci porque pude enxergar,
Estava pronta na hora de escolher,
Pude ver nessa brecha,
A estrada, toda aberta,
Para ser desbravada,
Com cheiro de mato depois da chuva,
O som da risada,
Úmida ainda, como a minha
Verde,
Nossa.
Somos donos de nós,
Do nosso caminho.
Sou mulher, tenho 50 anos e minha vida é minha.
Como é bom dizer isso toda noite antes de dormir.
Estou casada, pela segunda vez, mas sei que é por minha escolha.
Minha e dele.
Também me sinto a escolhida, a cada amanhecer
Conquista conquistada.
Cada dia é uma dúvida e uma certeza.
Todos os caminhos estão abertos, cada um tem seu preço
Mas tenho bagagem suficiente para poder regatear e pagar
Examino, opto,
Cheiro,
Cada olhar, cada suspiro, cada arrepio feliz.
Tudo:
As lágrimas, as gargalhadas, são todas minhas, estão pagas,
Só as devo a mim, e aproveito,
Tenho troco,
Rio muito
Divido com o meu amor,
Meu maior parceiro e meu maior cúmplice,
Só o reconheci porque pude enxergar,
Estava pronta na hora de escolher,
Pude ver nessa brecha,
A estrada, toda aberta,
Para ser desbravada,
Com cheiro de mato depois da chuva,
O som da risada,
Úmida ainda, como a minha
Verde,
Nossa.
Somos donos de nós,
Do nosso caminho.
sexta-feira, março 19, 2004
SOMBRA
O lugar é sombrio,
Cheio de espuma,
Transbordante,
Vazando,
Vapores de gente.
Tudo é muito úmido,
Calorento...
Abundante,
As risadas,
O suor,
Os olhares prometidos,
Despidos,
Querendo vida.
A jato.
Mas ali,
No meio de tanta névoa,
Com tanto cheiro,
Ninguém é ninguém,
Tudo é nada.
É só moeda,
Que tenta pagar essa troca de forças,
De vontades,
Ansiosas,
E, são só imagens,
Espelhadas,
Torcidas,
Distorcidas,
Reflexos de fantasias,
Como naqueles filmes antigos,
Sem fala.
Em que cada um se mostra,
Exibe,
O que gostaria de ser.
Por um segundo,
Um minuto, ou dois,
Depois edita,
Apaga o que não gostou.
Com sorte ao som de um piano,
Lá ao longe,
O fundo musical.
Mas o filme acaba,
O “the end” aparece bem grande
E a conta chega.
Ali não tem futuro,
Não existe pra sempre.
Pedra falsa,
Vidro brilhante,
Que faísca
Num único instante.
sombra
O lugar é sombrio,
Cheio de espuma,
Transbordante,
Vazando,
Vapores de gente.
Tudo é muito úmido,
Calorento...
Abundante,
As risadas,
O suor,
Os olhares prometidos,
Despidos,
Querendo vida.
A jato.
Mas ali,
No meio de tanta névoa,
Com tanto cheiro,
Ninguém é ninguém,
Tudo é nada.
É só moeda,
Que tenta pagar essa troca de forças,
De vontades,
Ansiosas,
E, são só imagens,
Espelhadas,
Torcidas,
Distorcidas,
Reflexos de fantasias,
Como naqueles filmes antigos,
Sem fala.
Em que cada um se mostra,
Exibe,
O que gostaria de ser.
Por um segundo,
Um minuto, ou dois,
Depois edita,
Apaga o que não gostou.
Com sorte ao som de um piano,
Lá ao longe,
O fundo musical.
Mas o filme acaba,
O “the end” aparece bem grande
E a conta chega.
Ali não tem futuro,
Não existe pra sempre.
Pedra falsa,
Vidro brilhante,
Que faísca
Num único instante.
sombra
50
Tenho 50 anos, sou casada pela segunda vez com um homem muito mais moço e sou feliz.
Meu primeiro casamento durou quase 30 anos, entre namoro, viver junto, ter o primeiro filho e casar, de papel passado. Na verdade, foram 28 anos e sete meses.
Tenho quatro filhos lindos, de bom caráter, fortes, bonitos e íntegros. Mas tem uma coisa que me incomoda muito e me angustia: eu não ensinei o principal. Não sei se eles sabem como fazer para serem felizes. Acho que não fui um bom exemplo, na maior parte do tempo.
Tá certo, meus pais também não me ensinaram, eu fui batendo de cabeça, mas aprendi. Errei muito da primeira vez. Principalmente por ficar calada, muda. Não sabia, de verdade, o que era viver com uma outra pessoa, me relacionar, ser direta, trocar sinceridade e ter uma parceria.
Daí, burramente, assumi uma personagem, e como tal fui completamente anulada, eu deixei que me apagassem.
Quis ser comodista, achei que estava me escorando em um poderoso, mas isso aconteceu porque eu não acreditava em mim, e esse “poderoso” me fez continuar a não acreditar.
Meus pais sempre foram pessoas de verdade, escolheram o que quiseram na vida deles, foram corajosos, assumiram posições inéditas em sua época, mas não me deram as dicas, não me repassaram essas experiências, eu não me conhecia.
Um dia, quase que por acaso, conheci o meu poder: descobri que escrevia bem, vi que era bonita, me acharam inteligente, eu me enxerguei, tive fé em mim. E tudo mudou.
Retomei as rédeas, assumi o painel de controle, aprendi a dirigir a minha vida.
Foi complicado, ainda é, mas estou de bem comigo. Sinto muita falta dos meus filhos, tenho dúvidas muito grandes quanto ao futuro deles, torço para que eles aprendam a se descobrir e também, para que encontrem companheiros como o meu, um verdadeiro cúmplice, parceiro de aprendizado, de descobertas, o amor da minha vida.
Entre nós a idade cronológica não importa, temos o mesmo conteúdo curioso, humilde, alegre. Vemos a vida e as pessoas de uma maneira boa, promissora, confiamos em nós e em nosso poder de ser feliz.
Tenho 50 anos, sou casada pela segunda vez com um homem muito mais moço e sou feliz.
Meu primeiro casamento durou quase 30 anos, entre namoro, viver junto, ter o primeiro filho e casar, de papel passado. Na verdade, foram 28 anos e sete meses.
Tenho quatro filhos lindos, de bom caráter, fortes, bonitos e íntegros. Mas tem uma coisa que me incomoda muito e me angustia: eu não ensinei o principal. Não sei se eles sabem como fazer para serem felizes. Acho que não fui um bom exemplo, na maior parte do tempo.
Tá certo, meus pais também não me ensinaram, eu fui batendo de cabeça, mas aprendi. Errei muito da primeira vez. Principalmente por ficar calada, muda. Não sabia, de verdade, o que era viver com uma outra pessoa, me relacionar, ser direta, trocar sinceridade e ter uma parceria.
Daí, burramente, assumi uma personagem, e como tal fui completamente anulada, eu deixei que me apagassem.
Quis ser comodista, achei que estava me escorando em um poderoso, mas isso aconteceu porque eu não acreditava em mim, e esse “poderoso” me fez continuar a não acreditar.
Meus pais sempre foram pessoas de verdade, escolheram o que quiseram na vida deles, foram corajosos, assumiram posições inéditas em sua época, mas não me deram as dicas, não me repassaram essas experiências, eu não me conhecia.
Um dia, quase que por acaso, conheci o meu poder: descobri que escrevia bem, vi que era bonita, me acharam inteligente, eu me enxerguei, tive fé em mim. E tudo mudou.
Retomei as rédeas, assumi o painel de controle, aprendi a dirigir a minha vida.
Foi complicado, ainda é, mas estou de bem comigo. Sinto muita falta dos meus filhos, tenho dúvidas muito grandes quanto ao futuro deles, torço para que eles aprendam a se descobrir e também, para que encontrem companheiros como o meu, um verdadeiro cúmplice, parceiro de aprendizado, de descobertas, o amor da minha vida.
Entre nós a idade cronológica não importa, temos o mesmo conteúdo curioso, humilde, alegre. Vemos a vida e as pessoas de uma maneira boa, promissora, confiamos em nós e em nosso poder de ser feliz.
PAI
Lamento muito essa coincidência de nomes.
Houve um Silveirinha do bem.
Uma pessoa boa, correta, um empreendedor, industrial, que deixou marcas, e um nome bom. O Silveirinha dele era apelido, não era sobrenome. O sobrenome dele era em maiúscula, SILVEIRA, herdado do pai e do avô, um imigrante português, chegado aqui para trabalhar aos 9 anos.
E o que ele deixou, em obras, também foi grande. Ele teve mais de 5000 famílias sob sua responsabilidade e só as fez crescer, promovendo o bairro que foi a sua vida, financiando moradias, cuidando do bem estar de todos com cooperativas, escolas, creches, hospitais e o time de futebol.
Tenho muito orgulho do meu nome e não gosto nem um pouco de vê-lo misturado com essa corja, que denigre o apelido do meu pai, que também é meu e de todos os seus netos.
O Silveirinha de verdade, foi um grande homem, um cara do BEM, que praticou suas idéias pioneiras, sociais, pregou o bem estar de todos.
Por sua própria conta.
Chegou até a ser penalizado pelo sindicato patronal da época, porque aumentou demais o salário dos operários de sua fábrica de tecidos, que foi precursora, tanto em termos de indústria, de moda, mas, principalmente, como uma comunidade social.
PAI
Lamento muito essa coincidência de nomes.
Houve um Silveirinha do bem.
Uma pessoa boa, correta, um empreendedor, industrial, que deixou marcas, e um nome bom. O Silveirinha dele era apelido, não era sobrenome. O sobrenome dele era em maiúscula, SILVEIRA, herdado do pai e do avô, um imigrante português, chegado aqui para trabalhar aos 9 anos.
E o que ele deixou, em obras, também foi grande. Ele teve mais de 5000 famílias sob sua responsabilidade e só as fez crescer, promovendo o bairro que foi a sua vida, financiando moradias, cuidando do bem estar de todos com cooperativas, escolas, creches, hospitais e o time de futebol.
Tenho muito orgulho do meu nome e não gosto nem um pouco de vê-lo misturado com essa corja, que denigre o apelido do meu pai, que também é meu e de todos os seus netos.
O Silveirinha de verdade, foi um grande homem, um cara do BEM, que praticou suas idéias pioneiras, sociais, pregou o bem estar de todos.
Por sua própria conta.
Chegou até a ser penalizado pelo sindicato patronal da época, porque aumentou demais o salário dos operários de sua fábrica de tecidos, que foi precursora, tanto em termos de indústria, de moda, mas, principalmente, como uma comunidade social.
PAI
sábado, janeiro 10, 2004
Meu Calor
Minha alma não tá só comigo,
Não durmo mais sem ela.
Minha alma não é só minha,
Está lá,
Dividida,
Misturada com a do meu homem,
A dele também está comigo,
Sinto aqui dentro,
Mexendo
Não descanso longe dele,
Falta ar, o nosso ar.
É diferente o meu respirar sem o dele
Fica mais fraco,
Incompleto
Não fico insegura, mas fico largada
Não ofego, mas também não me completo.
Fica tudo meio vazio,
Com cantos escuros.
Sem luz.
Quero o meu homem.
Todo dia,
O tempo todo.
Sem jogo, sem meias palavras.
Tudo, cheio,
Repleto de ar.
E de luz.
Quero cores,
Quero calor,
Quero viver.
Vibrar,
Com ele, em paz.
Minha alma não tá só comigo,
Não durmo mais sem ela.
Minha alma não é só minha,
Está lá,
Dividida,
Misturada com a do meu homem,
A dele também está comigo,
Sinto aqui dentro,
Mexendo
Não descanso longe dele,
Falta ar, o nosso ar.
É diferente o meu respirar sem o dele
Fica mais fraco,
Incompleto
Não fico insegura, mas fico largada
Não ofego, mas também não me completo.
Fica tudo meio vazio,
Com cantos escuros.
Sem luz.
Quero o meu homem.
Todo dia,
O tempo todo.
Sem jogo, sem meias palavras.
Tudo, cheio,
Repleto de ar.
E de luz.
Quero cores,
Quero calor,
Quero viver.
Vibrar,
Com ele, em paz.
Nem sei como dizer,
Quero contar, mas é complicado.
Não conheço as palavras.
Como não conhecia as sensações, antes.
Sei agora,
Porque sinto cada uma,
Na pele,
No rosto,
No corpo todo.
Em cada cantinho meu.
Com calor,
Ou com lágrimas,
É sempre muito quente,
Aconchegante,
Fico cheia, plena:
De orgulho,
De carinho, ternura,
Paixão.
Um Amor,
Completo,
Sem dúvidas,
Cheio de certeza e confiança.
Nunca inerte,
Está estabelecido,
Mas segue mudando,
Móvel,
Aberto e cúmplice.
Acho que eterno,
Somos dois achados.
Reencontrados
Para sempre.
01/03/2003
Quero contar, mas é complicado.
Não conheço as palavras.
Como não conhecia as sensações, antes.
Sei agora,
Porque sinto cada uma,
Na pele,
No rosto,
No corpo todo.
Em cada cantinho meu.
Com calor,
Ou com lágrimas,
É sempre muito quente,
Aconchegante,
Fico cheia, plena:
De orgulho,
De carinho, ternura,
Paixão.
Um Amor,
Completo,
Sem dúvidas,
Cheio de certeza e confiança.
Nunca inerte,
Está estabelecido,
Mas segue mudando,
Móvel,
Aberto e cúmplice.
Acho que eterno,
Somos dois achados.
Reencontrados
Para sempre.
01/03/2003
Verdade
É relativa,
Própria,
Mas tem que ser clara.
Una, nunca é única.
Tem vários lados, cada um de uma cor
Facetas, pátinas, nuances.
Mas cada um tem a sua,
Dentro.
Única.
Insubstituível
Sempre provável.
A certeza vem funda,
Com a consciência,
E a essência
A língua, sem engasgo,
Fala,
Sai sem cuspir,
A verdade,
Pode ser só nossa,
Mas é a única que sempre parece,
No fim do arco-íris.
É relativa,
Própria,
Mas tem que ser clara.
Una, nunca é única.
Tem vários lados, cada um de uma cor
Facetas, pátinas, nuances.
Mas cada um tem a sua,
Dentro.
Única.
Insubstituível
Sempre provável.
A certeza vem funda,
Com a consciência,
E a essência
A língua, sem engasgo,
Fala,
Sai sem cuspir,
A verdade,
Pode ser só nossa,
Mas é a única que sempre parece,
No fim do arco-íris.
domingo, julho 20, 2003
Sortuda
Sou uma pessoa de sorte, sempre tive sorte. Passei por poucas e nem t?o boas coisas, mas aprendi com todas elas, continuo aprendendo, e estou bem viva.
Acabei de aprender mais um pouco, ainda agora, porque coloquei o meu nome num desses mecanismos de busca da Internet, e me achei numa foto bonita, numa coluna social, mas também achei uma biografia do M?rio Reis, meu primo, quase irm?o do meu pai.
Tenho o mesmo nome da m?e dele, que, pelo que soube, morreu louca num asilo.
Sempre gostei muito do M?rio, desde pequenininha, ele cantava, era alegre, fechado, mas se jogava para fora pela m?sica, pela voz. Era brincalh?o, amigo, solid?rio, generoso, o que ali?s acho que é uma marca da fam?lia do meu pai, a generosidade extrema. Minha av?, m?e do meu pai, que n?o tinha nada a ver com o M?rio, era Castro Barbosa, de uma fam?lia que, acho eu, deve ter sido revolucion?ria naquela época, porque teve v?rios artistas. Um comediante que fez hist?ria, fazia aquele “s? tem tan-tan” no “Balança mas n?o Cai”, um cantor meio escondido, mas de quem eu j? vi até um CD, e um médico-cientista super avançado e poeta, o meu Tio Nelson.
J? o meu avô por parte de pai foi um médico de fam?lia, do comecinho do século, da Tijuca, que l? pelos anos 20 e tantos largou a profiss?o para ser dono de uma f?brica de tecidos. Meu pai, formado em engenharia, também foi um grande artista. Depois da revoluç?o, tomando conta da F?brica Bangu, devia aos governos, mas arranjava jeitos e jeitos para tirar os oper?rios da f?brica dele da pris?o pol?tica ao mesmo tempo em que batalhava para conseguir dinheiro para continuar levando a f?brica e a vida dos 5000 oper?rios, portanto fam?lias, que que dependiam dele naquela época t?o conturbada. Como ele deve ter sido artista, caramba! E tenho tudinho aqui, comigo, documentado, todos os agradecimentos dos sindicatos, dos tecel?es, dos fiadores, etc, todos agradecendo a liberdade de fulanos e cicranos. Gente dele.
Ele ficou endividado ao governo, aos governos da
Redentora, ao Banco do Brasil. A f?brica faliu, foi dada e encerrada.
Mas ele sempre foi t?o correto. Digno.
Também tenho cartas do Prestes, uma pessoa de bem e do bem, agradecendo doaç?es, contatos, ajuda nessa mesma época, a mais braba de nossa hist?ria.
Sou muito feliz por ser quem sou, sortuda, por ter tido a chance de aprender, de conviver com essas pessoas t?o ricas, de fazer parte, de representar essas fam?lias de ter os filhos que tenho, e de estar aqui hoje, feliz ao lado do meu companheiro. Que achei, encontrei, mas que j? deve ter feito parte dessa hist?ria, algum dia. Foi s? um reecontro.
Obrigada, meu Deus.
Sou uma pessoa de sorte, sempre tive sorte. Passei por poucas e nem t?o boas coisas, mas aprendi com todas elas, continuo aprendendo, e estou bem viva.
Acabei de aprender mais um pouco, ainda agora, porque coloquei o meu nome num desses mecanismos de busca da Internet, e me achei numa foto bonita, numa coluna social, mas também achei uma biografia do M?rio Reis, meu primo, quase irm?o do meu pai.
Tenho o mesmo nome da m?e dele, que, pelo que soube, morreu louca num asilo.
Sempre gostei muito do M?rio, desde pequenininha, ele cantava, era alegre, fechado, mas se jogava para fora pela m?sica, pela voz. Era brincalh?o, amigo, solid?rio, generoso, o que ali?s acho que é uma marca da fam?lia do meu pai, a generosidade extrema. Minha av?, m?e do meu pai, que n?o tinha nada a ver com o M?rio, era Castro Barbosa, de uma fam?lia que, acho eu, deve ter sido revolucion?ria naquela época, porque teve v?rios artistas. Um comediante que fez hist?ria, fazia aquele “s? tem tan-tan” no “Balança mas n?o Cai”, um cantor meio escondido, mas de quem eu j? vi até um CD, e um médico-cientista super avançado e poeta, o meu Tio Nelson.
J? o meu avô por parte de pai foi um médico de fam?lia, do comecinho do século, da Tijuca, que l? pelos anos 20 e tantos largou a profiss?o para ser dono de uma f?brica de tecidos. Meu pai, formado em engenharia, também foi um grande artista. Depois da revoluç?o, tomando conta da F?brica Bangu, devia aos governos, mas arranjava jeitos e jeitos para tirar os oper?rios da f?brica dele da pris?o pol?tica ao mesmo tempo em que batalhava para conseguir dinheiro para continuar levando a f?brica e a vida dos 5000 oper?rios, portanto fam?lias, que que dependiam dele naquela época t?o conturbada. Como ele deve ter sido artista, caramba! E tenho tudinho aqui, comigo, documentado, todos os agradecimentos dos sindicatos, dos tecel?es, dos fiadores, etc, todos agradecendo a liberdade de fulanos e cicranos. Gente dele.
Ele ficou endividado ao governo, aos governos da
Redentora, ao Banco do Brasil. A f?brica faliu, foi dada e encerrada.
Mas ele sempre foi t?o correto. Digno.
Também tenho cartas do Prestes, uma pessoa de bem e do bem, agradecendo doaç?es, contatos, ajuda nessa mesma época, a mais braba de nossa hist?ria.
Sou muito feliz por ser quem sou, sortuda, por ter tido a chance de aprender, de conviver com essas pessoas t?o ricas, de fazer parte, de representar essas fam?lias de ter os filhos que tenho, e de estar aqui hoje, feliz ao lado do meu companheiro. Que achei, encontrei, mas que j? deve ter feito parte dessa hist?ria, algum dia. Foi s? um reecontro.
Obrigada, meu Deus.
sexta-feira, julho 04, 2003
Des-Unidade
Ninguém é inteiramente um.
Somos todos frações,
Variadas.
De um Todo.
Pedaços de idéias,
De fantasias,
E de sonhos
Coisas boas e ruins.
Temos o bem e o mal.
E escolhemos,
Em geral, abrindo uma mão.
Perco aqui e ganho ali.
Há sempre uma esperança,
Porque balancear é difícil,
Mostrar o mal,
Dar a cara a tapa,
Mais complicado ainda.
Ser sincero, sempre,
É praticamente impossível.
Ser hipócrita é bem mais simples.
O controle faz a diferença,
Tanto quanto o descontrole.
Controlar a frustração é importante.
Então poder perder o controle é imprescindível.
O se deixar levar,
Ir,
Curtir,
Enlouquecer.
Só viver.
Ser simples.
Ambíguo,
Com as duas mãos vivendo,
Inteiras,
Uma de cada lado.
Ninguém é inteiramente um.
Somos todos frações,
Variadas.
De um Todo.
Pedaços de idéias,
De fantasias,
E de sonhos
Coisas boas e ruins.
Temos o bem e o mal.
E escolhemos,
Em geral, abrindo uma mão.
Perco aqui e ganho ali.
Há sempre uma esperança,
Porque balancear é difícil,
Mostrar o mal,
Dar a cara a tapa,
Mais complicado ainda.
Ser sincero, sempre,
É praticamente impossível.
Ser hipócrita é bem mais simples.
O controle faz a diferença,
Tanto quanto o descontrole.
Controlar a frustração é importante.
Então poder perder o controle é imprescindível.
O se deixar levar,
Ir,
Curtir,
Enlouquecer.
Só viver.
Ser simples.
Ambíguo,
Com as duas mãos vivendo,
Inteiras,
Uma de cada lado.
quinta-feira, março 20, 2003
Hoje Tem Guerra
Hoje tem guerra na Tv. E haja pipoca, e mais uma cervejinha estupidamente gelada para, acordados, podermos acompanhar o último sucesso de mídia. Lindas imagens noturnas, nenhum efeito especial supera aquelas luzes coloridas cortando a escuridão. A imaginação jamais conseguirá superar a realidade, principalmente a daquelas lindas tempestades de areia cortando o deserto enquanto as bombas despencam lá longe, destruindo o que ninguém sabe bem.
Tudo é meio escondido, só vemos o que nos deixam ver.
É como no Big Brother, a censura é parecida.
O pior é que acompanhamos, pacificamente, há dias, o povo da cidade atacada indo se esconder, embaixo da poeira da tempestade, que “por acaso” aconteceu bem antes do ataque.
A população do mundo, quase unânime, para não parecer burra, foi contra a guerra, todos torcemos, assinamos manifestos, fomos às ruas de nossas cidades, gritamos o quanto pudemos.
Mas não nos ouviram. O poder é surdo.
A culpa é nossa, criamos monstros, votamos, escolhemos mal durante muito tempo, somos uma grande audiência. Acostumada a ver pessoas, como nós, em cada lugar, expodo sua intimidade, guerreando, só para faturar, garantir uma sobrevivência, tudo hoje em dia não passa de mais um reality show.
E agora, estamos sendo humilhados, tendo a nossa vontade desrespeitada. Tanto como alma, quanto como cidadãos, como países dum mesmo globo, porque merecemos isso.
A tal da globalização foi mais uma grande tapeação. Foi criado o desequilíbrio, abrimos as portas para um louco dominar o mundo. Não há mais discussão de idéias. Só existe o branco, e o pobre do preto, que sempre será culpado. As nuances de cor foram execradas e vão ser exterminadas. Nunca mais veremos todos os cinzas que nos faziam pensar, mudar de idéia e crescer.
Agora é a força ou NADA MAIS.
Até prova em contrário, e confio na gente, em gente.
Isso não pode durar.
Hoje tem guerra na Tv. E haja pipoca, e mais uma cervejinha estupidamente gelada para, acordados, podermos acompanhar o último sucesso de mídia. Lindas imagens noturnas, nenhum efeito especial supera aquelas luzes coloridas cortando a escuridão. A imaginação jamais conseguirá superar a realidade, principalmente a daquelas lindas tempestades de areia cortando o deserto enquanto as bombas despencam lá longe, destruindo o que ninguém sabe bem.
Tudo é meio escondido, só vemos o que nos deixam ver.
É como no Big Brother, a censura é parecida.
O pior é que acompanhamos, pacificamente, há dias, o povo da cidade atacada indo se esconder, embaixo da poeira da tempestade, que “por acaso” aconteceu bem antes do ataque.
A população do mundo, quase unânime, para não parecer burra, foi contra a guerra, todos torcemos, assinamos manifestos, fomos às ruas de nossas cidades, gritamos o quanto pudemos.
Mas não nos ouviram. O poder é surdo.
A culpa é nossa, criamos monstros, votamos, escolhemos mal durante muito tempo, somos uma grande audiência. Acostumada a ver pessoas, como nós, em cada lugar, expodo sua intimidade, guerreando, só para faturar, garantir uma sobrevivência, tudo hoje em dia não passa de mais um reality show.
E agora, estamos sendo humilhados, tendo a nossa vontade desrespeitada. Tanto como alma, quanto como cidadãos, como países dum mesmo globo, porque merecemos isso.
A tal da globalização foi mais uma grande tapeação. Foi criado o desequilíbrio, abrimos as portas para um louco dominar o mundo. Não há mais discussão de idéias. Só existe o branco, e o pobre do preto, que sempre será culpado. As nuances de cor foram execradas e vão ser exterminadas. Nunca mais veremos todos os cinzas que nos faziam pensar, mudar de idéia e crescer.
Agora é a força ou NADA MAIS.
Até prova em contrário, e confio na gente, em gente.
Isso não pode durar.
quinta-feira, janeiro 30, 2003
O Homem da Minha Vida
Hoje eu disse,
Aliás, tenho repetido isso:
Você é o Homem da Minha Vida
Disse com amor, ardor e carinho,
Mas também, com muita verdade.
Tem saído essa frase de mim.
Repetidamente
Nunca tinha fluido assim,
Tão de dentro, com tanta facilidade
Foi tão à toa que ,
Questionei.
De onde veio, por que eu disse?
O que é isso, o homem da minha vida?
Fui casada, por 3 décadas.
E não era.
Agora é, e como sei?
Só sinto.
Falta de lacunas.
Tão todas cheias, repletas.
Não penso mais sozinha, de madrugada.
Tenho um companheiro, um parceiro.
De dias e de noites.,
No real e nas fantasias.
Tudo aberto.
Escancarado.
Sem vergonha, porque tudo é bom,
Tudo é bonito, certo.
Somos nós,
Somos a vida
Nossa, cada um e juntos
Um do outro.
Hoje eu disse,
Aliás, tenho repetido isso:
Você é o Homem da Minha Vida
Disse com amor, ardor e carinho,
Mas também, com muita verdade.
Tem saído essa frase de mim.
Repetidamente
Nunca tinha fluido assim,
Tão de dentro, com tanta facilidade
Foi tão à toa que ,
Questionei.
De onde veio, por que eu disse?
O que é isso, o homem da minha vida?
Fui casada, por 3 décadas.
E não era.
Agora é, e como sei?
Só sinto.
Falta de lacunas.
Tão todas cheias, repletas.
Não penso mais sozinha, de madrugada.
Tenho um companheiro, um parceiro.
De dias e de noites.,
No real e nas fantasias.
Tudo aberto.
Escancarado.
Sem vergonha, porque tudo é bom,
Tudo é bonito, certo.
Somos nós,
Somos a vida
Nossa, cada um e juntos
Um do outro.
quarta-feira, janeiro 08, 2003
O MEU
Eu amo o meu amor,
Ele é bonito,
Tem olhos claros,
Apesar de negros,
Eles são tão escuros
E translúcidos, transparentes,
Como eu queria que fossem os meus.
Me vejo dentro deles, e me enxergo,
Vejo lá, a mulher dele, inteira.
E espero ser vista,
Faço graça, pirraça,
Mas sei que sou dele
Nasci pra ele, um pouco antes,
Se fosse depois,
O que importa?
Somos, nós os dois
Um só.
Da mesma massa, meio birrenta,
Mas verdadeira, real,
Brilhante e briguenta
Brilharemos juntos, eu sei
Eu amo o meu amor,
Ele é bonito,
Tem olhos claros,
Apesar de negros,
Eles são tão escuros
E translúcidos, transparentes,
Como eu queria que fossem os meus.
Me vejo dentro deles, e me enxergo,
Vejo lá, a mulher dele, inteira.
E espero ser vista,
Faço graça, pirraça,
Mas sei que sou dele
Nasci pra ele, um pouco antes,
Se fosse depois,
O que importa?
Somos, nós os dois
Um só.
Da mesma massa, meio birrenta,
Mas verdadeira, real,
Brilhante e briguenta
Brilharemos juntos, eu sei
terça-feira, dezembro 03, 2002
Sou feliz
Isso ainda me assusta,
Esse prazer tranqüilo
É tão novo.
Pra mim
Inédito,
Não é sonho, nem ilusão
Não vou acordar
Sei disso
Porque agora me conheço,
É só a realidade.
Depois de tanta mentira
Tanto faz de conta,
Tanta Polyana triste
Sou só eu, assim
E tenho você todo
Que me ama,
Me cuida e me quer
Me dá força
Me faz crescer, brotar
Me dá adubo, forma
Sem podar
Você é o melhor homem que já conheci,
O mais verdadeiro,
O mais autêntico,
O maior
Meu outro eu,
Minha metade
Tão complexo como eu
Mas inteiro , coerente
Sempre real e verdadeiro
Um. Juntos.
Somos nós,
Os dois.
Nossa vontade
Sempre ela,
Espontânea,
À flor da pele,
Que nos faz,
Desde já,
Pra sempre eternos.
Isso ainda me assusta,
Esse prazer tranqüilo
É tão novo.
Pra mim
Inédito,
Não é sonho, nem ilusão
Não vou acordar
Sei disso
Porque agora me conheço,
É só a realidade.
Depois de tanta mentira
Tanto faz de conta,
Tanta Polyana triste
Sou só eu, assim
E tenho você todo
Que me ama,
Me cuida e me quer
Me dá força
Me faz crescer, brotar
Me dá adubo, forma
Sem podar
Você é o melhor homem que já conheci,
O mais verdadeiro,
O mais autêntico,
O maior
Meu outro eu,
Minha metade
Tão complexo como eu
Mas inteiro , coerente
Sempre real e verdadeiro
Um. Juntos.
Somos nós,
Os dois.
Nossa vontade
Sempre ela,
Espontânea,
À flor da pele,
Que nos faz,
Desde já,
Pra sempre eternos.
segunda-feira, fevereiro 25, 2002
À Flor da Pele
À flor da pele,
Sou assim mesmo
E não ligo,
Arrepio,sim,
Sempre,
Ou quase,
Quando dóem
As faltas,
As presenças,
E até as ameaças.
Sinto tudo assim,
Esgarçando,
Em mim.
Se dou, me arreganho,
Senão,
Me fecho, emburro.
Tranco tudo
E que se danem
E não vão se foder,
Os que eu não quis, e não desejei.
Estão fora,
De mim.
Me dou sim,
toda,
Mas só quando escolho,
Pra quem, pra onde,
E por onde
Sou inteira,
Tenho dona,
Sou minha.
À flor da pele,
Sou assim mesmo
E não ligo,
Arrepio,sim,
Sempre,
Ou quase,
Quando dóem
As faltas,
As presenças,
E até as ameaças.
Sinto tudo assim,
Esgarçando,
Em mim.
Se dou, me arreganho,
Senão,
Me fecho, emburro.
Tranco tudo
E que se danem
E não vão se foder,
Os que eu não quis, e não desejei.
Estão fora,
De mim.
Me dou sim,
toda,
Mas só quando escolho,
Pra quem, pra onde,
E por onde
Sou inteira,
Tenho dona,
Sou minha.
domingo, fevereiro 24, 2002
Seleção natural não vai à copa, nem à cozinha. Só dança.
Fui a uma boate no outro dia, eu estava animadíssima e achando que ia dançar a noite toda. Era a noite do flashback, e como não dançava há muito tempo, não fiquei muito chateada por precisar que me espremer e me apertar para entrar. Estava lotado e eu era levada pelo bolo de gente que transitava. Logo de saída na entrada recebi três cantadas gritadas bem dentro do meu ouvido. Achei aquilo estranho, mas enfim, eu ainda estava animadíssima e encarei as cantadas urradas no meu ouvido como mero elogio.
Depois de achar um lugarzinho para sentar, comecei a observar mais o lugar. O clima era um tanto “agressivo”. Um clima animal, no estrito sentido que a palavra denota. Tentei me situar, espiar melhor, apertando os olhos com atenção. Eu olhava e era olhada. Senti-me avaliada por olhos diferentes dos meus. Meus olhos eram observadores e os olhos que me olhavam eram predatórios. Olhos de gaviões famintos. Fui coberta pela sensação de ser uma peça de carne pendurada no açougue, uma presa a ser abatida.
As mulheres exibiam-se com prazer e cuidado. Gestos pensados, dimensões à mostra. Os homens dançavam contorcendo os Deltóides, Tríceps, Bíceps e tinham olhares devoradores bem calculados e estudados na frente do espelho.
Quando os gaviões me atacaram, até que achei legal distribuir joelhadas, empurrões. Foi uma coisa absolutamente inédita na minha vida. Mas, como sou curiosa, fiquei querendo entender melhor o que era tão atraente ali. Estavam dançando, se divertindo muito, sorrindo sem parar. E formando pares, sem se conhecer. Não havia papo, nem conversa. Não chegava a ter uma química, porque não havia tempo para uma reação comprovada. É, eu não tive mais dúvidas, eles estavam mesmo participando de uma caçada.
Aquela coreografia tinha um fim determinado, tão previsível como qualquer dança de acasalamento, como qualquer ataque predatório. No meu entender de gente, eu sempre achei que sexo animal era outra coisa, de sentido muito atraente, prazeroso. Mas ali, naquele lugar, sexo animal é coisa de quem não se conhece, de quem não troca sequer uma palavra. Não existe afeição, nem amizade, é só um dançar a mesma música, literalmente falando. É só uma coisa de faro, básica. Presa, predador. Dança moderna de Tuiuiús urbanos.
Fiquei pensando no acordar, no se olhar depois e no sair fora. Bem rapidinho, meio no escuro, com medo de que outro note, com a claridade, algo que passou despercebido na véspera. Debandada dos Tuiuiús, volta ao ninho dos gaviões. Presa abatida, missão cumprida.
Fiquei pensando, também, se aquele homem terrorista e aquela mulher Torre Gêmea (ou vice-versa) pensam em, algum dia, ter alguém pra deitar no colo e fazer cafuné. Alguém pra comentar um filme. Alguém para passear sem rumo pela cidade. Alguém para entender e dividir. Alguém para sentir, ter física, ter desordenada geometria nas troca de emoções. Uma química explosão. Sentimentos. Alguém pra rir sem motivo. Alguém pra ficar deitado ao lado, na cama, sem fazer nada. Alguém pra perguntar: está se sentindo bem?, como foi o seu dia no trabalho?, precisa de algo?
Aaaaaaaah, EU preciso. Preciso, sim. Preciso de cafuné, preciso que me olhe nos olhos por longo tempo. Preciso que deite no meu colo. Preciso que não esconda sentimentos. Preciso que admita eu te gosto, eu quero estar com você, eu sinto saudade. Preciso dizer que senti saudade. Preciso dizer que eu gosto de estar ao seu lado. Preciso abraçar e perguntar: Como você está?, está se sentindo bem?, como foi o seu dia no trabalho?, precisa de algo?
E, já que perguntou, pode ir à cozinha e me trazer um copo d’água bem gelado, por favor? E depois, vamos dançar?
Alice Silveira e Malu Luz
Fui a uma boate no outro dia, eu estava animadíssima e achando que ia dançar a noite toda. Era a noite do flashback, e como não dançava há muito tempo, não fiquei muito chateada por precisar que me espremer e me apertar para entrar. Estava lotado e eu era levada pelo bolo de gente que transitava. Logo de saída na entrada recebi três cantadas gritadas bem dentro do meu ouvido. Achei aquilo estranho, mas enfim, eu ainda estava animadíssima e encarei as cantadas urradas no meu ouvido como mero elogio.
Depois de achar um lugarzinho para sentar, comecei a observar mais o lugar. O clima era um tanto “agressivo”. Um clima animal, no estrito sentido que a palavra denota. Tentei me situar, espiar melhor, apertando os olhos com atenção. Eu olhava e era olhada. Senti-me avaliada por olhos diferentes dos meus. Meus olhos eram observadores e os olhos que me olhavam eram predatórios. Olhos de gaviões famintos. Fui coberta pela sensação de ser uma peça de carne pendurada no açougue, uma presa a ser abatida.
As mulheres exibiam-se com prazer e cuidado. Gestos pensados, dimensões à mostra. Os homens dançavam contorcendo os Deltóides, Tríceps, Bíceps e tinham olhares devoradores bem calculados e estudados na frente do espelho.
Quando os gaviões me atacaram, até que achei legal distribuir joelhadas, empurrões. Foi uma coisa absolutamente inédita na minha vida. Mas, como sou curiosa, fiquei querendo entender melhor o que era tão atraente ali. Estavam dançando, se divertindo muito, sorrindo sem parar. E formando pares, sem se conhecer. Não havia papo, nem conversa. Não chegava a ter uma química, porque não havia tempo para uma reação comprovada. É, eu não tive mais dúvidas, eles estavam mesmo participando de uma caçada.
Aquela coreografia tinha um fim determinado, tão previsível como qualquer dança de acasalamento, como qualquer ataque predatório. No meu entender de gente, eu sempre achei que sexo animal era outra coisa, de sentido muito atraente, prazeroso. Mas ali, naquele lugar, sexo animal é coisa de quem não se conhece, de quem não troca sequer uma palavra. Não existe afeição, nem amizade, é só um dançar a mesma música, literalmente falando. É só uma coisa de faro, básica. Presa, predador. Dança moderna de Tuiuiús urbanos.
Fiquei pensando no acordar, no se olhar depois e no sair fora. Bem rapidinho, meio no escuro, com medo de que outro note, com a claridade, algo que passou despercebido na véspera. Debandada dos Tuiuiús, volta ao ninho dos gaviões. Presa abatida, missão cumprida.
Fiquei pensando, também, se aquele homem terrorista e aquela mulher Torre Gêmea (ou vice-versa) pensam em, algum dia, ter alguém pra deitar no colo e fazer cafuné. Alguém pra comentar um filme. Alguém para passear sem rumo pela cidade. Alguém para entender e dividir. Alguém para sentir, ter física, ter desordenada geometria nas troca de emoções. Uma química explosão. Sentimentos. Alguém pra rir sem motivo. Alguém pra ficar deitado ao lado, na cama, sem fazer nada. Alguém pra perguntar: está se sentindo bem?, como foi o seu dia no trabalho?, precisa de algo?
Aaaaaaaah, EU preciso. Preciso, sim. Preciso de cafuné, preciso que me olhe nos olhos por longo tempo. Preciso que deite no meu colo. Preciso que não esconda sentimentos. Preciso que admita eu te gosto, eu quero estar com você, eu sinto saudade. Preciso dizer que senti saudade. Preciso dizer que eu gosto de estar ao seu lado. Preciso abraçar e perguntar: Como você está?, está se sentindo bem?, como foi o seu dia no trabalho?, precisa de algo?
E, já que perguntou, pode ir à cozinha e me trazer um copo d’água bem gelado, por favor? E depois, vamos dançar?
Alice Silveira e Malu Luz
terça-feira, fevereiro 05, 2002
Querer
Queria estar e não estou.
Queria saber e não sei.
Tenho medo de adivinhar.
Dóem, a minha ausência
E as outras presenças.
Dói não poder.
Nem pegar, nem sentir
O gosto.
Confio muito.
Conheço o jeito,
O tamanho,
As linhas tão paralelas
Às minhas.
Mas me ameaça,
Essa distância.
Será que meu cheiro é único?
E as minhas formas?
Estarão marcadas pra sempre?
Será que sou tão macia
Para ser inesquecível?
Será que sou tão tudo,
Quanto o que está aqui comigo,
Dele?
O tempo passa, mas são só dias.
Existe um relógio que roda mais devagar.
No mesmo sentido.
É o meu.
Paciente, silencioso
Porque é pleno
E sabe
Quase tudo.
Queria estar e não estou.
Queria saber e não sei.
Tenho medo de adivinhar.
Dóem, a minha ausência
E as outras presenças.
Dói não poder.
Nem pegar, nem sentir
O gosto.
Confio muito.
Conheço o jeito,
O tamanho,
As linhas tão paralelas
Às minhas.
Mas me ameaça,
Essa distância.
Será que meu cheiro é único?
E as minhas formas?
Estarão marcadas pra sempre?
Será que sou tão macia
Para ser inesquecível?
Será que sou tão tudo,
Quanto o que está aqui comigo,
Dele?
O tempo passa, mas são só dias.
Existe um relógio que roda mais devagar.
No mesmo sentido.
É o meu.
Paciente, silencioso
Porque é pleno
E sabe
Quase tudo.
Amanhecer
Está amanhecendo, aqui.
E estou só,
Acordada.
Acesa, mas diferente.
Sou fiel, e me orgulho disso,
Porque é meu,
Vem de mim, de dentro pra fora.
Ninguém me pediu,
Nem recebi ordem nenhuma
É por mim, uma escolha,
Só minha,
No meio de tantas.
Vontade exclusiva de ser de um.
Por minha conta,
Minha responsabilidade
Escolhi.
Optei, por mim e para mim,
Estou na menopausa.
E fiz uma pausa, minha.
Para poder pensar,
No que eu quero,
E pra quem eu quero,
Me dar.
Nem é meu,
Agora,
Todo.
Mas eu dou
E vamos ser,
Ele e eu,
Um dia,
Um inteiro.
Está amanhecendo, aqui.
E estou só,
Acordada.
Acesa, mas diferente.
Sou fiel, e me orgulho disso,
Porque é meu,
Vem de mim, de dentro pra fora.
Ninguém me pediu,
Nem recebi ordem nenhuma
É por mim, uma escolha,
Só minha,
No meio de tantas.
Vontade exclusiva de ser de um.
Por minha conta,
Minha responsabilidade
Escolhi.
Optei, por mim e para mim,
Estou na menopausa.
E fiz uma pausa, minha.
Para poder pensar,
No que eu quero,
E pra quem eu quero,
Me dar.
Nem é meu,
Agora,
Todo.
Mas eu dou
E vamos ser,
Ele e eu,
Um dia,
Um inteiro.
Tormenta
Não há nada mais lindo do que uma tempestade,
Uma tormenta elétrica,
Raios
Estrondosos, brilhantes
Que iluminam, assustam,
Surpreendem.
Atraem
E afugentam,
De repente,
Como todas as melhores coisas.
É um risco.
O desconhecido
De sempre, tão acomodado
Fica desperto.
A maioria tem medo.
De se aproximar.
Mesmo tendo a vontade
Curiosa, de mudar.
Só vão saber
Os que ficarem
Do lado de fora,
Expostos
Ao léu,
N o meio da tempestade,
De peito aberto.
À vontade.
Nus e
Atormentados,
Pelos raios.
Molhados.
Sofrendo tudo,
Os piores choques
Mas confiantes.
Esses,
Serão os primeiros e únicos
A entrar, por fim,
Bem fundo.
Vão poder penetrar
O arco-íris.
Não há nada mais lindo do que uma tempestade,
Uma tormenta elétrica,
Raios
Estrondosos, brilhantes
Que iluminam, assustam,
Surpreendem.
Atraem
E afugentam,
De repente,
Como todas as melhores coisas.
É um risco.
O desconhecido
De sempre, tão acomodado
Fica desperto.
A maioria tem medo.
De se aproximar.
Mesmo tendo a vontade
Curiosa, de mudar.
Só vão saber
Os que ficarem
Do lado de fora,
Expostos
Ao léu,
N o meio da tempestade,
De peito aberto.
À vontade.
Nus e
Atormentados,
Pelos raios.
Molhados.
Sofrendo tudo,
Os piores choques
Mas confiantes.
Esses,
Serão os primeiros e únicos
A entrar, por fim,
Bem fundo.
Vão poder penetrar
O arco-íris.
sexta-feira, fevereiro 01, 2002
Pastora
Fiquei pensando, enquanto deixei a TV parada num canal de TV que mostrava uma mulher bonita, bem maquiada, com o cabelo extremamente enfeitado, mas vestida de um jeito que destoava do conjunto. Isso me chamou a atenção, mais do que os berros desagradáveis, agudos e desafinados que ela dava.
Havia algo de muito errado: a roupa era sóbria demais, não combinava com o resto, tudo soava falso. O contraste era chocante. Mas ela me pareceu uma mulher vaidosa, preocupada em ser bonita. Era claro que só estava interpretando um papel, com um texto muito bem decorado. Uma atriz medíocre, representando um personagem comum hoje em dia: o de guia da devoção de tanta gente. E o cumpria com a perfeição exigida, dizendo coisas que todos deveríamos saber. Todos, mesmo. Mas que muita gente, pelas mais diversas razões, esqueceu. E é esse esquecimento que vem enriquecendo tantos atores: desde Paulo Coelho, passando por outros milhares de autores de auto-ajuda, até pastores e padres de todas essas religiões ditas “cristãs”.
A maioria de nós perdeu a fé. Não é questão de religião, tem muito mais a ver com a nossa auto-estima.
As pessoas, de todas as categorias, querem alguém que lhes diga que seus problemas vão ser resolvidos, de alguma maneira. E essa maneira varia do “Jogo do Milhão” até à mais simples palavra de um pastor qualquer, não interessa quem seja, só é importante a fé que ele transmite. Vamos ser ricos, o nosso companheiro vai ser fiel e comportado para sempre, vou ser bonito, atraente, herói, e por aí vai. Essa vontade toda descamba nos concursos mais variados, e vai até aos gritos mais endoidecidos, expulsões de demônios, pastoras de chapéus, padres cantores, reality shows, mães de santo... Tudo misturado.
O que todos querem, ou melhor dizendo, o que queremos, é uma palavra de conforto, uma promessa de sucesso, o mais instantâneo possível, como sempre. Afinal, somos brasileiros. Desejamos uma esperança de que vamos nos dar bem. Urgentemente. De que seremos o que sonhamos, mesmo que tenhamos que depender de estrelas, ou do universo, ou de qualquer coisa mais importante do que nós, contanto que esteja a nosso favor. Vai cair de lá, do céu, se formos bonzinhos e recitarmos a decoreba devida. Queremos uma certeza de que vamos ser felizes, de que teremos poder. Desejamos saber que somos invencíveis, campeões sempre, contra todas essas coisas que nos ameaçam hoje em dia. Queremos proteger os nossos contra tudo. Violências e injustiças de toda a espécie. Não temos governo, estamos sós, à mercê. E não nos esforçamos. Dependemos. Lá de cima.
Isso não é uma questão religiosa. Nem intelectual. É só política, ou melhor dizendo, uma total falta de consciência política. É a mais completa ignorância das maneiras de ser gente. Ninguém aqui sabe como lutar, muito pouca gente sabe da força que tem simplesmente porque existe. Exigir, não faz parte de nenhum dicionário popular. Cidadania, nunca ninguém ouviu falar. Educação, muito menos. Há quanto tempo esquecemos de ser simplesmente responsáveis? Deveríamos deixar de servir de escada, e tentar subir, sozinhos, escalar, degrau por degrau. Um por vez e cada um por si. Arriscando, mas chegando lá, por conta própria. Por nosso esforço. Sem deixar nunca de estender a mão pra quem vem depois. É uma questão de investimento em causa própria. Só isso.
Fiquei pensando, enquanto deixei a TV parada num canal de TV que mostrava uma mulher bonita, bem maquiada, com o cabelo extremamente enfeitado, mas vestida de um jeito que destoava do conjunto. Isso me chamou a atenção, mais do que os berros desagradáveis, agudos e desafinados que ela dava.
Havia algo de muito errado: a roupa era sóbria demais, não combinava com o resto, tudo soava falso. O contraste era chocante. Mas ela me pareceu uma mulher vaidosa, preocupada em ser bonita. Era claro que só estava interpretando um papel, com um texto muito bem decorado. Uma atriz medíocre, representando um personagem comum hoje em dia: o de guia da devoção de tanta gente. E o cumpria com a perfeição exigida, dizendo coisas que todos deveríamos saber. Todos, mesmo. Mas que muita gente, pelas mais diversas razões, esqueceu. E é esse esquecimento que vem enriquecendo tantos atores: desde Paulo Coelho, passando por outros milhares de autores de auto-ajuda, até pastores e padres de todas essas religiões ditas “cristãs”.
A maioria de nós perdeu a fé. Não é questão de religião, tem muito mais a ver com a nossa auto-estima.
As pessoas, de todas as categorias, querem alguém que lhes diga que seus problemas vão ser resolvidos, de alguma maneira. E essa maneira varia do “Jogo do Milhão” até à mais simples palavra de um pastor qualquer, não interessa quem seja, só é importante a fé que ele transmite. Vamos ser ricos, o nosso companheiro vai ser fiel e comportado para sempre, vou ser bonito, atraente, herói, e por aí vai. Essa vontade toda descamba nos concursos mais variados, e vai até aos gritos mais endoidecidos, expulsões de demônios, pastoras de chapéus, padres cantores, reality shows, mães de santo... Tudo misturado.
O que todos querem, ou melhor dizendo, o que queremos, é uma palavra de conforto, uma promessa de sucesso, o mais instantâneo possível, como sempre. Afinal, somos brasileiros. Desejamos uma esperança de que vamos nos dar bem. Urgentemente. De que seremos o que sonhamos, mesmo que tenhamos que depender de estrelas, ou do universo, ou de qualquer coisa mais importante do que nós, contanto que esteja a nosso favor. Vai cair de lá, do céu, se formos bonzinhos e recitarmos a decoreba devida. Queremos uma certeza de que vamos ser felizes, de que teremos poder. Desejamos saber que somos invencíveis, campeões sempre, contra todas essas coisas que nos ameaçam hoje em dia. Queremos proteger os nossos contra tudo. Violências e injustiças de toda a espécie. Não temos governo, estamos sós, à mercê. E não nos esforçamos. Dependemos. Lá de cima.
Isso não é uma questão religiosa. Nem intelectual. É só política, ou melhor dizendo, uma total falta de consciência política. É a mais completa ignorância das maneiras de ser gente. Ninguém aqui sabe como lutar, muito pouca gente sabe da força que tem simplesmente porque existe. Exigir, não faz parte de nenhum dicionário popular. Cidadania, nunca ninguém ouviu falar. Educação, muito menos. Há quanto tempo esquecemos de ser simplesmente responsáveis? Deveríamos deixar de servir de escada, e tentar subir, sozinhos, escalar, degrau por degrau. Um por vez e cada um por si. Arriscando, mas chegando lá, por conta própria. Por nosso esforço. Sem deixar nunca de estender a mão pra quem vem depois. É uma questão de investimento em causa própria. Só isso.
Janela
Fui andar lá fora, olhei pela janela do quarto.
Estava aceso,
Vi a cama vazia,
Me deu vontade de nos ver trepando.
Queria olhar pra nós dois, espiar
Nos ver,
Juntos.
Agarrados, respirando forte,
Mexendo, gritando.
Abraçados e beijados,
Selados,
Como merecemos,
Eu amo você.
E gosto da sua força.
Preciso dela,
Como preciso de você inteiro.
Misturado.
Alastrado em mim.
Eu sei que estou em você,
Toda.
Meus gritos estão.
Meus gemidos, meu trincar de dentes,
E a força da tua mão na minha pele.
Deixando marcas
No meu molhado,
Esparramado...
Sou tua.
Volta pra mim.
Volta p/ dentro,
Aqui de nós.
Fui andar lá fora, olhei pela janela do quarto.
Estava aceso,
Vi a cama vazia,
Me deu vontade de nos ver trepando.
Queria olhar pra nós dois, espiar
Nos ver,
Juntos.
Agarrados, respirando forte,
Mexendo, gritando.
Abraçados e beijados,
Selados,
Como merecemos,
Eu amo você.
E gosto da sua força.
Preciso dela,
Como preciso de você inteiro.
Misturado.
Alastrado em mim.
Eu sei que estou em você,
Toda.
Meus gritos estão.
Meus gemidos, meu trincar de dentes,
E a força da tua mão na minha pele.
Deixando marcas
No meu molhado,
Esparramado...
Sou tua.
Volta pra mim.
Volta p/ dentro,
Aqui de nós.
sexta-feira, dezembro 28, 2001
Aos Meus Filhos
Quem disse que fui eu a egoísta?
Quem disse que fui eu quem abandonou?
A ignorância não é desculpa pra isso, agora.
A falta de memória não tem perdão.
Eu lembro de cada momento,
E juro que só lembro na medida exata.
Não deixei a raiva aumentar,
Nem o meu amor de mãe subtrair.
Nenhuma dor,
E tampouco, nenhuma alegria.
E quantas eu tive
Quantos flashes brilham em mim,
Nessa noite.
Revivo momentos, imagens, ruídos
De tantas manhãs de Natal,
Árvores enfeitadas,
Acesas, brilhando,
O som de papéis sendo rasgados,
Apressados,
Cada olhar de expectativa e curiosidade,
Sorrisos abertos, escancarados,
Só surpresas felizes,
Presas,
Aqui dentro.
Isso, eu possuí,
E possuo, pra sempre.
Ninguém pode me roubar
Sou dona
É meu.
Só meu, eu sei.
E nada pode substituir,
Mais ninguém teve
Esse imenso prazer,
A dor da perda,
E a verdade da minha vitória.
Quem disse que fui eu a egoísta?
Quem disse que fui eu quem abandonou?
A ignorância não é desculpa pra isso, agora.
A falta de memória não tem perdão.
Eu lembro de cada momento,
E juro que só lembro na medida exata.
Não deixei a raiva aumentar,
Nem o meu amor de mãe subtrair.
Nenhuma dor,
E tampouco, nenhuma alegria.
E quantas eu tive
Quantos flashes brilham em mim,
Nessa noite.
Revivo momentos, imagens, ruídos
De tantas manhãs de Natal,
Árvores enfeitadas,
Acesas, brilhando,
O som de papéis sendo rasgados,
Apressados,
Cada olhar de expectativa e curiosidade,
Sorrisos abertos, escancarados,
Só surpresas felizes,
Presas,
Aqui dentro.
Isso, eu possuí,
E possuo, pra sempre.
Ninguém pode me roubar
Sou dona
É meu.
Só meu, eu sei.
E nada pode substituir,
Mais ninguém teve
Esse imenso prazer,
A dor da perda,
E a verdade da minha vitória.
quinta-feira, outubro 04, 2001
Limites
Sei que existem
Aprendi quando criança.
Foram-me impostos
E agradeço por isso.
E bom saber que eles estão lá.
Mas agora,
Depois de crescer,
Vivendo
Acertada, Errada
E sofrida,
Quero os meus.
Saber onde estão,
Realmente.
Longitude e latitude.
Minhas.
No meu próprio mapa
Quero, finalmente
Me conhecer.
Me colocar à prova.
Testar tudo.
Parar na hora certa,
Sem deixar de passar pelas incertas.
Conhecer o risco
E continuar arriscando,
Mesmo assim.
Vou descobrir,
Ter certeza absoluta,
De tudo
Do quanto posso amar
E ser amada.
Do quanto consigo machucar e
E sofrer.
Sem matar ou
Morrer.
Preciso ter a idéia exata
De até onde posso enlouquecer,
Sem perder o rumo.
Será que posso mesmo
Morrer de rir
Ficando mais viva ainda?
E será que tenho o direito de gozar,
Verdadeiramente,
Todas as fantasias
Que já delirei?
Todas elas?
Será que posso ser feliz?
Rio, 4 de outubro de 2001
Sei que existem
Aprendi quando criança.
Foram-me impostos
E agradeço por isso.
E bom saber que eles estão lá.
Mas agora,
Depois de crescer,
Vivendo
Acertada, Errada
E sofrida,
Quero os meus.
Saber onde estão,
Realmente.
Longitude e latitude.
Minhas.
No meu próprio mapa
Quero, finalmente
Me conhecer.
Me colocar à prova.
Testar tudo.
Parar na hora certa,
Sem deixar de passar pelas incertas.
Conhecer o risco
E continuar arriscando,
Mesmo assim.
Vou descobrir,
Ter certeza absoluta,
De tudo
Do quanto posso amar
E ser amada.
Do quanto consigo machucar e
E sofrer.
Sem matar ou
Morrer.
Preciso ter a idéia exata
De até onde posso enlouquecer,
Sem perder o rumo.
Será que posso mesmo
Morrer de rir
Ficando mais viva ainda?
E será que tenho o direito de gozar,
Verdadeiramente,
Todas as fantasias
Que já delirei?
Todas elas?
Será que posso ser feliz?
Rio, 4 de outubro de 2001
Amor de Verdade
É saber que absorvo tudo,
Que sou capaz de sentir igual,
Exatamente,
Todos os instantes.
Sejam melhores ou piores,
Na mais absoluta sincronia.
Queria estar junto,
Agora, nessa noite.
Em que a minha lua cheia
Ficou transparente,
Murcha.
Em que as tristezas dele apagaram as minhas
Queria ser Deus e consertar.
Ter o poder
De colocar tudo no lugar certo.
Fico tão impotente.
Mas sei que não sou fraca.
Tenho só essa vontade,
Apressada, urgente,
Quase incontrolável,
De dividir,
De querer respirar do mesmo ar,.
Boca a boca
De me sobrepor,
De misturar tudo:
Peles, carnes,
Odores e sabores.
Juntar emoções, memórias,
Sonhos e pesadelos,
Os já sonhados
E os que ainda estão por vir.
Fundir as almas.
Ser um,
Enroscar
Não só pernas e línguas,
Mas as vidas,
Todas as que já vivemos,
Para podermos ter a nossa
De volta,
Eternamente.
4 de outubro de 2001
É saber que absorvo tudo,
Que sou capaz de sentir igual,
Exatamente,
Todos os instantes.
Sejam melhores ou piores,
Na mais absoluta sincronia.
Queria estar junto,
Agora, nessa noite.
Em que a minha lua cheia
Ficou transparente,
Murcha.
Em que as tristezas dele apagaram as minhas
Queria ser Deus e consertar.
Ter o poder
De colocar tudo no lugar certo.
Fico tão impotente.
Mas sei que não sou fraca.
Tenho só essa vontade,
Apressada, urgente,
Quase incontrolável,
De dividir,
De querer respirar do mesmo ar,.
Boca a boca
De me sobrepor,
De misturar tudo:
Peles, carnes,
Odores e sabores.
Juntar emoções, memórias,
Sonhos e pesadelos,
Os já sonhados
E os que ainda estão por vir.
Fundir as almas.
Ser um,
Enroscar
Não só pernas e línguas,
Mas as vidas,
Todas as que já vivemos,
Para podermos ter a nossa
De volta,
Eternamente.
4 de outubro de 2001
domingo, setembro 30, 2001
Vontade
Vontade de escrever.
Sem ter porquê.
Falar à toa,
Comentar.
Assuntar
Acho que é uma vontade de conversar,
Estando só.
Vontade de dividir idéias.
De querer discutir,
De ter alguém que discorde.
Por perto,
Do lado.
Junto.
Mesmo que seja pra dizer
Que não é bem assim,
Do meu jeito.
Nem é vontade de estar certa.
É só vontade de trocar,
De escutar
Também não quero sexo,
Agora.
Quero só falar
E ser ouvida.
Me mostrar.
Argumentar,
Exibir,
Valorizar o que sei.
Demorei aprendendo.
E não quero parar.
Não foi fácil.
É ruim ser sufocada.
Sentir a boca tapada.
Amordaçada,
Com idéias querendo sair.
Não emudeço.
Não calo o que penso
Nunca mais
Melhor ser linguaruda.
Podendo falar
Sempre
Rio, 29 de setembro de 2001
Vontade de escrever.
Sem ter porquê.
Falar à toa,
Comentar.
Assuntar
Acho que é uma vontade de conversar,
Estando só.
Vontade de dividir idéias.
De querer discutir,
De ter alguém que discorde.
Por perto,
Do lado.
Junto.
Mesmo que seja pra dizer
Que não é bem assim,
Do meu jeito.
Nem é vontade de estar certa.
É só vontade de trocar,
De escutar
Também não quero sexo,
Agora.
Quero só falar
E ser ouvida.
Me mostrar.
Argumentar,
Exibir,
Valorizar o que sei.
Demorei aprendendo.
E não quero parar.
Não foi fácil.
É ruim ser sufocada.
Sentir a boca tapada.
Amordaçada,
Com idéias querendo sair.
Não emudeço.
Não calo o que penso
Nunca mais
Melhor ser linguaruda.
Podendo falar
Sempre
Rio, 29 de setembro de 2001
quinta-feira, setembro 27, 2001
Joana
Minha filha,
Linda e corajosa.
Não quero que ela repita o meu caminho,
Mas quero que me alcance onde estou,
Hoje,
Agora
Quero que aprenda o que puder,
Que sinta tudo,
Que saiba querer,
Que possa falar,
E principalmente,
Que seja dona das suas escolhas
Passando por outra estrada,
Diferente da minha.
Ela vai ter a chance
De escolher certo,
Fazendo os melhores desvios.
Quero que ela salte sempre,
Que transponha todos os obstáculos
E ponha-se no seu lugar,
Ocupando espaços,
Quase sem perceber.
Que seja fácil,
Achar o caminho
E que não doa tanto,
Para ela.
Como queria estar junto,
Podendo soprar,
Dando a cola das respostas certas.
Em cada prova.
Companheira, acompanhando
Passo a passo,
Mostrando tudo
O que já vivi.
Mesmo escondido,
Queria poder apertar aquela mão
Que já segura tão forte
Tanta coisa, tão cedo
Quero que ela tenha todas as rédeas
Da vida.
Sempre ali.
Ao dispor da minha menina
Que já é uma mulher.
Rio,27 de setembro de 2001
Minha filha,
Linda e corajosa.
Não quero que ela repita o meu caminho,
Mas quero que me alcance onde estou,
Hoje,
Agora
Quero que aprenda o que puder,
Que sinta tudo,
Que saiba querer,
Que possa falar,
E principalmente,
Que seja dona das suas escolhas
Passando por outra estrada,
Diferente da minha.
Ela vai ter a chance
De escolher certo,
Fazendo os melhores desvios.
Quero que ela salte sempre,
Que transponha todos os obstáculos
E ponha-se no seu lugar,
Ocupando espaços,
Quase sem perceber.
Que seja fácil,
Achar o caminho
E que não doa tanto,
Para ela.
Como queria estar junto,
Podendo soprar,
Dando a cola das respostas certas.
Em cada prova.
Companheira, acompanhando
Passo a passo,
Mostrando tudo
O que já vivi.
Mesmo escondido,
Queria poder apertar aquela mão
Que já segura tão forte
Tanta coisa, tão cedo
Quero que ela tenha todas as rédeas
Da vida.
Sempre ali.
Ao dispor da minha menina
Que já é uma mulher.
Rio,27 de setembro de 2001
quarta-feira, setembro 26, 2001
Cinco da Manhã
São cinco da manhã,
Estou só.
Sem ninguém.
Sem meus filhos, os quatro que pari
A quem dei todas as luzes.
A quem ensinei a gostar do sol,
Sentindo na pele o calor,
E a quem mostrei as luzes coloridas,
Acesas e apagadas
Das árvores, do Natal.
E da vida toda.
Faiscando,
Mudando
Eles, que foram os meus companheiros,
Mais do que aprendizes.
Foram cúmplices
Da curiosidade eterna
Que sempre mantive,
Tanto pelo outro, quanto pelo futuro.
Com eles partilhei as minhas dúvidas,
Minhas discussões e lutas
Infelizmente só as mais de longe.
Calei sobre as que senti na pele.
Na minha
E errei.
Sufocando lágrimas
Não se deve calar,
Os frutos do silêncio sempre explodem.
Apodrecem porque ninguém colhe.
Caem aqui em cima
Dos mudos.
E eles não estão aqui.
Meus filhos, agora.
Fiquei só.
Por isso respeito vozes.
De todo jeito,
Com todos os tons.
Não conheço nada,
Há melodias novas,
Surgindo, sempre.
Não ensinei tudo.
Mas pensei.
Errado.
Nem sempre ganha quem grita mais.
Há também os esganiçados.
Quem sou eu?
O ouvido demora a acostumar.
O novo é sempre estranho.
Choca.
Mas soa bem no dia
Em que se harmoniza com o resto.
Tudo fica doce
Em volta.
Tem um final feliz.
Eu espero.
É meu,
Ainda.
Rio, 25 de setembro, 2001
São cinco da manhã,
Estou só.
Sem ninguém.
Sem meus filhos, os quatro que pari
A quem dei todas as luzes.
A quem ensinei a gostar do sol,
Sentindo na pele o calor,
E a quem mostrei as luzes coloridas,
Acesas e apagadas
Das árvores, do Natal.
E da vida toda.
Faiscando,
Mudando
Eles, que foram os meus companheiros,
Mais do que aprendizes.
Foram cúmplices
Da curiosidade eterna
Que sempre mantive,
Tanto pelo outro, quanto pelo futuro.
Com eles partilhei as minhas dúvidas,
Minhas discussões e lutas
Infelizmente só as mais de longe.
Calei sobre as que senti na pele.
Na minha
E errei.
Sufocando lágrimas
Não se deve calar,
Os frutos do silêncio sempre explodem.
Apodrecem porque ninguém colhe.
Caem aqui em cima
Dos mudos.
E eles não estão aqui.
Meus filhos, agora.
Fiquei só.
Por isso respeito vozes.
De todo jeito,
Com todos os tons.
Não conheço nada,
Há melodias novas,
Surgindo, sempre.
Não ensinei tudo.
Mas pensei.
Errado.
Nem sempre ganha quem grita mais.
Há também os esganiçados.
Quem sou eu?
O ouvido demora a acostumar.
O novo é sempre estranho.
Choca.
Mas soa bem no dia
Em que se harmoniza com o resto.
Tudo fica doce
Em volta.
Tem um final feliz.
Eu espero.
É meu,
Ainda.
Rio, 25 de setembro, 2001
Liberdade
Passou.
O ontem
Cheguei no hoje, no agora,
Finalmente.
Cheguei em mim, aqui dentro.
Me achei, sou bonita,
Pq não via?
Tirei a venda,
Antiga....
Ela já tinha buracos,
Era rota
Mas mesmo assim eu não via.
Não queria
Mas vejo de novo,
Hoje,
A minha vida.
Repasso tudo
Com novos olhos.
Abertos,
Mesmo nus,
Eles enxergam longe,
Uma super-mulher,
Olhos de raio x para o passado e
Olhos de cartomante para o futuro
Prevendo,
Adivinhando,
Mesmo sabendo o que eu quero pra mim.
É bom imaginar,
O que só eu posso me dar.
Minhas escolhas.
Minha vida.
Passou.
O ontem
Cheguei no hoje, no agora,
Finalmente.
Cheguei em mim, aqui dentro.
Me achei, sou bonita,
Pq não via?
Tirei a venda,
Antiga....
Ela já tinha buracos,
Era rota
Mas mesmo assim eu não via.
Não queria
Mas vejo de novo,
Hoje,
A minha vida.
Repasso tudo
Com novos olhos.
Abertos,
Mesmo nus,
Eles enxergam longe,
Uma super-mulher,
Olhos de raio x para o passado e
Olhos de cartomante para o futuro
Prevendo,
Adivinhando,
Mesmo sabendo o que eu quero pra mim.
É bom imaginar,
O que só eu posso me dar.
Minhas escolhas.
Minha vida.
Acesa
Tô com saudades....
Sinto a tua falta.. o teu riso.
Embarcado no meu,
Quero a tua mão me sentindo,
Explorando, me acendendo,
Quero teu dedo, me atiçando,
Soltando fagulhas,
Labaredas que não se acendem
Só desse jeito,
Só do jeito que você me molha,
E me alarga , me abre...
Impávida, plácida e tua,
Você me forma e
Me transforma,
Você já me tomou, toda.
Te dou esse poder.
Você é o meu mágico,
Que muda lua em água, sol em gelo,
Quem me faz dar voltas, sabendo,
Me tendo,
Conhecendo,
Me sabendo
Toda tua
Tô com saudades....
Sinto a tua falta.. o teu riso.
Embarcado no meu,
Quero a tua mão me sentindo,
Explorando, me acendendo,
Quero teu dedo, me atiçando,
Soltando fagulhas,
Labaredas que não se acendem
Só desse jeito,
Só do jeito que você me molha,
E me alarga , me abre...
Impávida, plácida e tua,
Você me forma e
Me transforma,
Você já me tomou, toda.
Te dou esse poder.
Você é o meu mágico,
Que muda lua em água, sol em gelo,
Quem me faz dar voltas, sabendo,
Me tendo,
Conhecendo,
Me sabendo
Toda tua
Explosão
Me come,
Pega, aperta,
Me toma,
Morde, chupa
Acende,
Solta, e prende,
Agarra,
Abre,
Esfrega,
Sente e entra,
Para um minuto, assim.
Brinca de estátua.
Pulsa...
Lateja
Me deixa curtir
Esse instante.
Imóvel....
Segura, eu seguro,
Até não dar mais.
Rebolo,
Mexo,
Vc sai
E volta,
Entra fundo.
Acelera
Acertamos o passo,
Um ritmo.
Esqueço
Só sinto.
Aperto
Espremo
Te faço suco
Sinto mais,
Quase apago,
E explodo,
Com você.
Me come,
Pega, aperta,
Me toma,
Morde, chupa
Acende,
Solta, e prende,
Agarra,
Abre,
Esfrega,
Sente e entra,
Para um minuto, assim.
Brinca de estátua.
Pulsa...
Lateja
Me deixa curtir
Esse instante.
Imóvel....
Segura, eu seguro,
Até não dar mais.
Rebolo,
Mexo,
Vc sai
E volta,
Entra fundo.
Acelera
Acertamos o passo,
Um ritmo.
Esqueço
Só sinto.
Aperto
Espremo
Te faço suco
Sinto mais,
Quase apago,
E explodo,
Com você.
Eu quero
Quero me permitir e me permito.
Quero vc
Todo.
Quero sumir,
Derreter,
Desaparecer,
Para aparecer com vc.
Quero misturar, juntar,
Peles, corpos
Nossos,
Derreter mais.
Lamber,
Beber.
Fazer tudo um,
Juntar cada vez mais,
Me perder com vc, de novo.
E nunca mais pousar.
Em nenhuma gaiola,
Quero viver assim,
Sem saber onde.
Pra que saber?
Se posso sonhar .
Acreditando,
Estando aqui.
Perdida,
Amada,
Agora.
Quero me permitir e me permito.
Quero vc
Todo.
Quero sumir,
Derreter,
Desaparecer,
Para aparecer com vc.
Quero misturar, juntar,
Peles, corpos
Nossos,
Derreter mais.
Lamber,
Beber.
Fazer tudo um,
Juntar cada vez mais,
Me perder com vc, de novo.
E nunca mais pousar.
Em nenhuma gaiola,
Quero viver assim,
Sem saber onde.
Pra que saber?
Se posso sonhar .
Acreditando,
Estando aqui.
Perdida,
Amada,
Agora.
